O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu o pedido feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ter acesso contínuo de seis aliados à casa onde cumpre prisão domiciliar, em Brasília. Entre os nomes estavam o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (RJ), o secretário-geral da legenda, o senador Rogério Marinho (RN), a deputada Caroline de Toni (SC) e o vice-presidente do partido, Bruno Scheid.Moraes disse que as visitas precisarão continuar a ser feitas com autorização. Entretanto, permitiu que Bolsonaro recebesse novas visitas.“A prisão domiciliar é uma medida intermediária entre as diversas cautelares previstas na legislação e a prisão preventiva, não perdendo, entretanto, as características de restrição à liberdade individual, e, portanto, impedem o livre acesso de pessoas estranhas à família do réu sem qualquer controle judicial. Indefiro o pedido, devendo os pedidos de visitação serem formulados de maneira individualizada e específica, como determinado a todos os interessados”, diz em sua decisão.O ministro autorizou algumas visitas nos próximos dias, como a do senador Carlos Portinho (RJ), no dia 16, do senador Marcos Rogério (TO), no dia 17, do deputado Ubiratan Sanderson (RS), no dia 18, e do vice-presidente do partido, Bruno Scheid, no dia 19. Todos deverão passar por revista antes de entrar na residência do ex-mandatário.Desde o mês passado, quando passou a cumprir prisão domiciliar por decisão de Moraes, visitas de aliados ao ex-mandatário têm sido analisados caso a caso pelo magistrado, que estabelece datas para os encontros. Bolsonaro conseguiu a liberação para visitas de familiares diretos. Por conta de problemas de saúde, ele também recebeu cuidados médicos no período. Diante da incerteza de liberação do acesso contínuo à casa de Bolsonaro, caciques do PL também fizeram pedidos individuais para alinhar questões do partido. Valdemar Costa Neto, por exemplo, pediu autorização para um novo encontro com ele na semana que vem, data posterior ao julgamento do ex-presidente por participação na trama golpista, no Supremo Tribunal Federal (STF).Além de incertezas quanto à liberdade do ex-presidente, pesa o agravamento recente do seu quadro de saúde, o que acelera a necessidade por definições que dependem do aval do patriarca do clã Bolsonaro. As candidaturas de ao menos quatro estados, entre eles São Paulo, precisam ser definidas. No maior colégio eleitoral do país, a composição da chapa da direita tem o nome do secretário de Segurança do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), Guilherme Derrite (PP), dada como certa.A escolha pelo outro nome, entretanto, ainda é motivo de disputa entre dois nomes ligados à bancada evangélica: por um lado, há quem defenda o nome do deputado Marco Feliciano, do PL e seu fiel aliado, para a composição com Derrite.Em outra frente, Bolsonaro vê com simpatia a possibilidade de uma composição com Cezinha de Madureira (PSD), como forma de atrair eleitores de centro para o seu palanque. Cezinha foi coordenador da bancada evangélica na Câmara e esteve presente em atos de desagravo ao ex-presidente, apesar de manter boa interlocução com o governo Lula. Seja quem for o nome escolhido, Bolsonaro faz questão de também opinar quanto ao possível suplente dos candidatos ao Senado, já que pretende fazer maioria na Casa para mobilizar ações contra ministros do STF.No primeiro encontro dos dois na prisão domiciliar, no mês passado, foi alinhado que seria necessário pensar no cenário da eleição de São Paulo sem o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Favorito no estado, Eduardo está nos Estados Unidos desde março e corre risco de perder o mandato por faltas.Durante o encontro, Valdemar ponderou que Eduardo dificilmente conseguirá se viabilizar. Há receio de que, caso retorne ao Brasil, possa ser preso, uma vez que é investigado por articular sanções a autoridades brasileiras.Na lista de definições que Valdemar precisará ter com Bolsonaro também está a vaga restante para o Senado em Santa Catarina.O estado comandado pelo governador Jorginho Mello (PL) terá a candidatura do hoje vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), filho 02 do ex-presidente, que mudará o seu domicílio eleitoral.Desta forma, há disputa pela segunda vaga: o senador Esperidião Amin (PP) avança como favorito no duelo para se manter no cargo, contra a postulação da deputada Carolina de Toni (PL). Amin é visto como um nome que permite mais palanques no estado e amplia o eleitorado para a chapa. Além disso, é visto com simpatia por Jorginho Mello.Em Minas Gerais, os deputados Domingos Sávio (PL) e Eros Biondini (PL) disputam a indicação de Bolsonaro para disputar o Senado.Por lá, a possibilidade de dois nomes do PL concorrerem ao Senado é considerada remota. Bolsonaro já externou a necessidade de ampliar palanques no estado compondo com um candidato de outro partido.Em Mato Grosso, três nomes correm na mesma raia. Entre eles, está o governador Mauro Mendes (União), que deve ter o apoio de Bolsonaro. O segundo apoio é disputado pelo deputado José Medeiros (PL) e pela emedebista Janaína Riva. Enquanto ele é defendido por alguns por representar o “bolsonarismo raiz” no estado, ela é vista como potencial puxadora de votos entre as mulheres e melhor cotada nas pesquisas de intenção de votos.Os encontros em meio à prisão domiciliar indicam que o partido pretende manter Bolsonaro como parte central de sua estratégia eleitoral, alinhando candidaturas estaduais e chapas proporcionais com ele.The post Moraes nega acesso contínuo da cúpula do PL a Bolsonaro em prisão domiciliar appeared first on InfoMoney.