A Amazônia perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa nas últimas quatro décadas, segundo levantamento realizado pelo MapBiomas. A maior parte da perda ocorreu sobre a cobertura florestal, que teve quase 50 milhões de hectares afetados. O número corresponde a 13% da área do maior bioma brasileiro.Os dados indicam ainda uma retração de 2,6 milhões de hectares em áreas de superfície coberta por água, florestas e campos alagáveis, apicuns e manguezais. Leia também Brasil Lula defende que Amazônia seja explorada “de forma correta e responsável” Brasil Dez municípios concentram quase 30% do desmatamento na Amazônia Brasil Inpe: desmatamento sobe 4% na Amazônia e reduz 21% no Cerrado Tácio Lorran JBS comprou 1,2 mil cabeças de gado de área desmatada na Amazônia Conforme o levantamento, imagens de satélite mostram que 83% da área antropizada no bioma — ou seja, modificada pela ação humana — foi registrada nos últimos 40 anos.Segundo o MapBiomas, a maior parte desta expansão de território está ligada à pecuária, que passou de 12,3 milhões de hectares na década de 1980 para 56 milhões em 2024. A agricultura apresentou o maior crescimento proporcional, saltando de pouco mais de 3 mil hectares para 352 mil — um aumento de 110 vezes. Já a mineração avançou de 26 mil hectares para 444 mil.Atualmente, boa parte da ocupação agrícola corresponde a lavouras de soja, que chegaram a 5,9 milhões de hectares em 2024. Os dados, no entanto, mostram que a soja deixou de ser um dos principais vetores de desmatamento no bioma após a Moratória da Soja — acordo voluntário firmado em 2006 que proíbe a compra de grãos provenientes de áreas desmatadas na Amazônia.Hoje, a expansão da cultura ocorre majoritariamente sobre áreas abertas, e o desmatamento direto para novas plantações caiu 68% desde 2008.