Zanin diz que advogados não buscaram auxílio técnico para analisar provas

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O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quinta-feira (11), durante julgamento da tentativa de Golpe de Estado no país, que os advogados dos réus não buscaram auxílio técnico para analisar as provas da acusação disponibilizadas nos autos. “Houve a confirmação de que todo o material foi disponibilizado pelo eminente ministro relator. Então, se houve alguma dificuldade em manipulação do material, caberia os ilustres advogados buscarem auxílio técnico, que eu mencionei, o que não identifiquei nos autos”, afirmou o ministro.Zanin fez a afirmação na introdução de seu voto ao analisar a questão preliminar de cerceamento de defesa, a qual afastou a possibilidade.Com o voto da ministra Cármen Lúcia nesta quinta, o STF já formou maioria para condenar Jair Bolsonaro e os outros sete réus por todos os crimes imputados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).VotosRelator do caso, Alexandre Moraes votou para condenar Bolsonaro e os outros sete réus. O ministro Flávio Dino acompanhou Moraes e votou pela condenação de todos acusados por todos os crimes imputados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).O voto de Moraes durou cerca de cinco horas e teve quase 70 slides para apresentação do relatório. O ministro também dividiu sua manifestação em 13 pontos que narraram, em ordem cronológica, como teria atuado a organização criminosa pelo golpe.O ministro Luiz Fux foi o terceiro a votar e determinou a condenação por abolição violenta do Estado Democrático de Direito de Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens do ex-presidente e réu colaborador, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo de Bolsonaro.Fux, depois de mais de 13 horas, votou pela absolvição total dos outros seis réus:Jair Bolsonaro, ex-presidente da RepúblicaAlexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; ePor quais crimes os réus foram denunciados?Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:Organização criminosa armada;Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;Golpe de Estado;Dano qualificado pela violência e ameaça grave (com exceção de Ramagem);Deterioração de patrimônio tombado (também com exceção de Ramagem).A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão a ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.Cronograma do julgamentoRestam duas datas para as sessões do julgamento. Veja:11 de setembro, quinta-feira, 14h às 19h;e 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h e 14h às 19h.