O número de mortos nos protestos anticorrupção do Nepal nesta semana subiu para 51, informou um porta-voz da polícia na sexta-feira.Entre as vítimas estão 21 manifestantes, nove prisioneiros, três policiais e outras 18 pessoas, disse o porta-voz Binod Ghimire.A agitação é a pior em décadas no pobre país do Himalaia, que fica entre a Índia e a China e tem enfrentado instabilidade política e incerteza econômica desde que os protestos levaram à abolição de sua monarquia em 2008.Os protestos contra as medidas se intensificaram na última segunda-feira (8), quando confrontos com a polícia mataram ao menos 19 pessoas. No dia seguinte, o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli renunciou ao caro, mas isso não arrefeceu os ânimos. Especialmente na terça-feira, a violência explodiu nas ruas da capital Katmandu. A multidão invadiu e incendiou prédios públicos e passou a perseguir políticos nas ruas e em suas casas, com várias cenas de espancamentos sendo transmitidas pelas redes sociais. A esposa do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal, por exemplo, sofreu queimaduras graves quando os manifestantes incendiaram sua casa e está internada em uma UTI. Leia também:Desigualdade, corrupção e revolta com “nepo kids”: entenda a crise no NepalAlguns integrantes das lideranças da “Geração Z”, interessados em participar das negociações de um novo gabinete, passaram a declarar que os protestos legítimos foram usados por grupos radicais. O descontentamento de parte da população vem de longa data por conta da lentidão de cumprimento de promessas de melhora na governança do país, que em poucas décadas saiu da era da monarquia para a da república, sem conseguir no entanto mudar muito a condição social das pessoas. O Nepal enfrentou uma guerra civil entre 1996 a 2006, após o Partido Comunista do Nepal (de vertente maoísta) lançar uma rebelião armada contra a monarquia. A insurgência maoísta terminou com a assinatura de um acordo de paz abrangente em novembro de 2006, levando à abolição da monarquia e ao estabelecimento de uma república democrática federal no Nepal dois anos depois. Mas o país já teve 14 governos em vigor desde a transição para a democracia parlamentar. A coalizão que estava no poder, de centro-esquerda, tinha um acordo com partidos menores para alternar o governo até 2027. Mas avaliação de analistas era que essa união continuava ameaçada pelas rivalidades e ambições pessoais de seus líderes, determinados a preservar sua influência.(com Reuters)The post Número de mortos em protestos contra corrupção no Nepal sobe para 51 appeared first on InfoMoney.