Avelo Airlines aposta R$ 4,4 bi em 100 jatos da Embraer (EMBR3) Foto: Reprodução/ EmbraerA Embraer (EMBR3) fechou sua primeira venda de aviões da família E2 para uma companhia aérea norte-americana. A Avelo Airlines fez um pedido firme de 50 jatos E195-E2 com direitos de compra para mais 50. O valor de tabela do pedido é de US$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra.As aeronaves E2 são as mais modernas da fabricante brasileira e passaram a operar em 2018, quando a primeira unidade foi entregue para a norueguesa Wideroe.“É o primeiro E2 encomendado por uma operadora americana. Por isso, marca um grande momento para a Embraer”, disse o presidente da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, em coletiva de imprensa em Washington nesta quarta-feira, 10.O negócio com a Avelo consolida a atuação do segmento de aviação comercial da Embraer. Analistas do mercado financeiro vinham apontando que os modelos antigos, da família E1, apresentavam boas vendas, mas que havia a necessidade de a comercialização dos E2 deslanchar para que a companhia conseguisse alcançar a meta prometida de entregar 110 jatos por ano em 2030.O cenário da aviação comercial começou a melhorar em julho, quando a Scandinavian Airlines (SAS) firmou um acordo para adquirir 45 aviões E195-E2, com direitos de compra para dez aeronaves adicionais – a maior encomenda de jatos da SAS diretamente a um fabricante desde 1996. Agora, com a venda para a Avelo, a Embraer se encaminha para atingir suas metas ambiciosas.O analista Alberto Valério, do UBS BB, destacou considerar “saudável” para a EMBR3 um ritmo de vendas de E2 entre 80 a 100 unidades por ano. “Neste ano, já foram anunciadas 110.”Com menor queima de combustível, os jato E2 tem um custo de viagem 30% menor do que o Boeing 737, que faz parte da frota da Avelo atualmente. “Essa é a aeronave mais econômica, eficiente e confiável do mercado”, afirmou Meijer.Os diferenciais do modelo incluem também o baixo nível de ruído e a capacidade de operar em pistas curtas.O fundador e CEO da Avelo Airlines, Andrew Levy, disse que o E2 vai ajudar a companhia a explorar mais oportunidades no mercado até 2032 e a escalar a operação em bases já existentes. “A encomenda nos permitirá trazer esse avião para o mercado dos EUA. É um pedido histórico para a Avelo”, complementou. As entregas dos jatos devem ocorrer entre 2027 e 2032O presidente da Embraer Aviação Comercial (EMBR3) disse estar “muito otimista em ter um novo membro da crescente família Embraer”. “Esperamos que, com nosso valor, possamos trazer ainda mais aeronaves desse modelo para o mercado dos EUA a longo prazo“, projetou.O E195-E2 concorre no mercado americano principalmente com o A220, da Airbus. Empresas como a Breeze Airways, de David Neeleman (o fundador da Azul), por exemplo, operam com jatos da empresa europeia, quando o mercado esperava quem pudessem optar pelas aeronaves brasileiras.Disputa tarifáriaO anúncio da primeira compra de modelos E2 por uma empresa americana ocorre em meio aos esforços da Embraer para zerar as tarifas de importação impostas pelo governo Trump à aviação brasileira. Apesar de ter sido poupado das sobretaxas, o segmento ainda está submetido a uma tarifa de 10%.A forte presença dos aviões da brasileira no mercado regional dos EUA, sem substitutos em vista, é um dos principais argumentos utilizados pela Embraer na defesa pela tarifa zero. A empresa destaca também que produz no país e tem componentes americanos em suas aeronaves.Os EUA são o principal mercado para a Embraer. As exportações para clientes americanos representam 45% em jatos comerciais e 70% em jatos executivos. A companhia emprega atualmente quase 3 mil profissionais americanos e tem mais de US$ 3 bilhões em ativos no país.De olho em fortalecer a relação com os EUA, a Embraer projeta investir US$ 1 bilhão no país. Desse montante, US$ 500 milhões virão nos próximos cinco anos para expandir as instalações em Melbourne, na Flórida, e construir um novo MRO (centro de manutenção e operações) em Dallas, no Texas.Além disso, a EMBR3 pretende investir mais US$ 500 milhões em uma nova linha de montagem nos EUA e criar 2,5 mil empregos caso o governo selecione o KC-390.Com informações da Agência Estado