O aumento na expectativa de vida — número médio de anos que a população de uma região ou país consegue viver — vem desacelerando, em comparação a períodos anteriores. É o que mostra um novo estudo que analisou 23 países de alta renda e baixa mortalidade.O trabalho, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, investigou se pessoas nascidas entre 1939 e 2000 alcançariam aumentos semelhantes há um século na expectativa de vida.De 1900 a 1938, a expectativa de vida aumentou cerca de cinco meses e meio a cada nova geração. Para os nascidos entre 1939 e 2000, o aumento diminuiu para cerca de dois meses e meio a três meses e meio por geração, dependendo do método de previsão. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida atual dos brasileiros é de 76,4 anos.Leia mais: Brasileiros acreditam que viverão até os 80 anos, aponta pesquisa“Se as gerações atuais seguissem a mesma tendência observada na primeira metade do século XX, alguém nascido em 1980, por exemplo, poderia esperar viver até os 100 anos. Investigamos se o ritmo de ganho de expectativa de vida está diminuindo para as cortes vivas atuais”, explica o primeiro autor do estudo, José Andrade, do Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica (MPIDR), em comunicado.Dessa maneira, a equipe de cientistas realizou uma previsão da expectativa de vida dessas gerações a partir de dados do Banco de Dados de Mortalidade Humana (HMD). Para garantir um resultado confiável, eles utilizaram seis métodos diferentes de previsão de mortalidade — técnicas estatísticas que fazem previsões informadas sobre a expectativa de vida futura com base em informações de mortalidade passadas e atuais.“Para garantir resultados robustos, não usamos apenas um método, mas vários: alguns bem estabelecidos, incluindo o World Population Prospects das Nações Unidas, e outros que representam o que há de mais moderno em previsão de mortalidade”, explica Andrade.Leia também: Menos de 1/4 das pessoas faz reserva para aposentadoria; por que isso é um problema?A partir dos resultados, os cientistas descobriram que a expectativa de vida para os nascidos entre 1939 e 2000 está aumentando mais lentamente do que no passado.“Dependendo do método utilizado, a taxa está diminuindo entre 37% e 52%”, aponta Andrade.Segundo o pesquisador, isso está relacionado ao fato de que os picos anteriores de longevidade foram impulsionados por melhorias notáveis na sobrevivência em idades muito jovens. Um exemplo disso é a queda na mortalidade infantil no início do século XX, devido aos avanços da medicina e outras melhorias. O que, como consequência, causou o rápido aumento da expectativa de vida no início do século XX.Leia também: Até que idade é possível contratar um seguro de vida?No caso atual, a mortalidade nessas faixas etárias já é tão baixa que há pouco espaço para melhorias. As previsões dos pesquisadores indicam que a mortalidade nas faixas etárias mais avançadas não melhorará com rapidez suficiente para compensar esse declínio.Os pesquisadores envolvidos no estudo consideram o resultado altamente robusto. Eles argumentam que, mesmo que a sobrevivência entre adultos e idosos melhorasse ao dobro da taxa prevista nas previsões, os ganhos resultantes na expectativa de vida ainda ficariam aquém dos alcançados na primeira metade do século XX.The post Se você nasceu após 1939, provavelmente não viverá até 100 anos, diz estudo appeared first on InfoMoney.