A CPMI do INSS anunciou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para obrigar o depoimento dos empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti. Ambos foram presos nesta sexta-feira, 12, pela Polícia Federal sob suspeita de risco de fuga e ocultação patrimonial.O relator do caso, ministro André Mendonça, havia decidido que a presença dos investigados na comissão era opcional. Para os parlamentares, no entanto, os depoimentos são considerados essenciais para o avanço das apurações.O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), classificou como “injustificável” a decisão do ministro. “É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu. Respeito a decisão do ministro, mas considero injustificável permitir que não venham depor”, afirmou.Acusações e bens apreendidosSegundo a PF, Antunes teria movimentado R$ 9,3 milhões entre 2023 e 2024 em repasses a pessoas ligadas a servidores do INSS. Ele é apontado como um dos principais articuladores do esquema que desviou R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024. Investigadores afirmam que o empresário possui “influência política” e “grande capacidade intimidatória”.Já Camisotti é suspeito de atuar como sócio oculto de entidades beneficiadas pelos descontos ilegais em benefícios previdenciários. Ambos são investigados como operadores financeiros da fraude.Na operação, batizada de Cambota, a PF cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal. Foram apreendidas esculturas e obras de arte, incluindo um quadro de Di Cavalcanti de 1971, além de uma Ferrari e uma réplica de carro de corrida de Ayrton Senna.CPMI e o “Careca do INSS”A prisão do “Careca do INSS” ocorreu um dia após a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovar o requerimento de quebra e transferência do sigilo de dados bancários e fiscais do lobista.No caso dos dados bancários, os parlamentares querem acesso, especificamente, às informações de movimentação financeira, entre janeiro de 2022 e julho de 2025, de todas as contas de depósitos, de poupança, de investimento e de outros bens, direitos e valores, inclusive mobiliários, assim como das operações com cartão de crédito.Já no caso dos dados fiscais, querem as declarações de Imposto de Renda, entre janeiro de 2022 e julho de 2025, acompanhadas de dossiê integrado com amparo, no que couber, em diferentes bases de dados que o senador indica.O post CPMI recorre ao STF contra decisão de Mendonça sobre ‘Careca do INSS’ apareceu primeiro em Vitrine do Cariri.