O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se prepara para embarcar aos Estados Unidos (EUA), nos próximos dias, para participar da Assembleia-Geral da Nações Unidas (ONU). A viagem ocorre em um momento de acirramento das tensões com o governo norte-americano, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).O titular do Executivo brasileiro deve discursar na abertura da assembleia, como ocorre tradicionalmente todos os anos. O petista também deve participar de reuniões bilaterais e eventos à margem do encontro da ONU. Leia também Mundo No NYT, Lula cita Trump, diz se orgulhar do STF e nega “caça às bruxas” Paulo Cappelli Vice-líder do governo Lula na Câmara: “Anistia é pauta fictícia” Paulo Cappelli Ministro de Lula diz que condenação de Bolsonaro é “marco histórico” Mundo Governo Lula reage a fala de Rubio: “Não intimidarão a democracia” Na última quinta-feira (11/9), o secretário de Estado de Donald Trump, Marco Rubio, prometeu responder à condenação do ex-chefe do Planalto. Bolsonaro foi setenciado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado no país, após perder as eleições em 2022.MP do TarifaçoApós a sanção das tarifas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou uma medida provisória (MP) em socorro às empresas exportadoras que foram afetadas.Batizada de Plano Brasil Soberano por representantes do governo, a MP prevê uma série de ações de apoio aos pequenos exportadores, que são o foco do governo no primeiro momento.Compras governamentais: com aval do governo, os Estados poderão comprar itens perecíveis que seriam exportados para os EUA e utilizar em programas sociais, como merendas escolares e restaurantes sociais.Linhas de crédito: o governo vai disponibilizar linhas de crédito subsidiadas no valor de R$ 30 bilhões para atender as empresas mais afetadas pelas tarifas.Ampliação do Reintegra: o reintegra é um programa destinado a pequenas empresas exportadores que tem o objetivo de devolver impostos pagos ao longo da cadeia produtiva. Agora, o programa foi estendido para todas as empresas exportadoras.Ampliação do regime de drawback: o governo prorrogou os prazos de suspensão de tributos no regime de drawback, que permitir a isenção ou suspensão de impostos sobre matérias-primas usadas na fabricação de produtos destinados à exportação.O governo brasileiro, por meio de nota do Ministério das Relações Exteriores (MRE), rebateu Rúbio, afirmando que as ameaças “não intimidarão nossa democracia”.“Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, destacou.Aberto a negociaçõesNesse domingo (14/9), em artigo ao New York Times, Lula defendeu a decisão da Suprema Corte, e negou que haja uma “caça às bruxas” — termo usado por Trump e aliados ao se referir ao julgamento de Bolsonaro.O petista também ressaltou que o governo brasileiro está aberto a negociar qualquer questão que seja benéfica aos dois países. “Mas a democracia e a soberania do Brasil não estão em pauta”, frisou o presidente.As relações entre Brasil e Estados Unidos estavam desgastadas desde que foram impostas as tarifas de 50% sobre exportações ao país norte-americano. Apesar dos esforços de negociadores brasileiros, a administração Trump se mostra fechada à possibilidade de conversar para flexibilizar a medida.