Petistas desconfiam que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) faz apenas um recuo calculado ao negar ser candidato a presidente em 2026, mas vai acabar concorrendo ao Planalto na próxima eleição presidencial. Mesmo no cenário em que o governador resolva mesmo disputar a reeleição, aliados do presidente Lula (PT) dizem acreditar que apenas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) teriam como oferecer um palanque competitivo na disputa estadual.Após assumir um discurso nacional e falar como candidato à Presidência da República, o governador Tarcísio se recolheu devido à divisão na direita e à melhora no cenário político do presidente Lula. A falta de opções competitivas no campo da direita, porém, pode acabar empurrando o governador para uma disputa presidencial arriscada, apostam petistas.A principal expectativa do mundo político hoje é justamente a decisão de Tarcísio. Embora nomes do centrão venham pressionando para que Tarcísio se lance logo numa disputa presidencial, na esquerda a aposta é que o governador pode ter recuado à espera de ser convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Por esse raciocínio, sem opções competitivas que se comprometam a dar uma anistia a Bolsonaro caso eleitos, o ex-presidente pode acabar tendo que apelar para seu afilhado político. O discurso oficial, porém, é que o governador será candidato à reeleição, onde até rivais admitem que derrotá-lo seria quase impossível.Palanque estadualMesmo sem grandes esperanças de vitória no Estado caso o governador esteja no páreo, aliados do presidente Lula consideram fundamental que Haddad ou Alckmin possam defender o legado do governo estadual.Mesmo após uma derrota em 2022, a performance de Haddad foi considerada fundamental naquele ano para garantir a volta de Lula ao Planalto — o ex-prefeito da capital conseguiu 45% dos votos válidos em um Estado onde o PT nunca venceu. Já o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) tem credenciais ainda mais competitivas em São Paulo, que governou por quatro mandatos.O Metrópoles apurou que, se pudessem, tanto Alckmin quanto Haddad não sairiam de onde estão. Alckmin ficaria na vice e, Haddad, como ministro de Lula em um eventual próximo mandato. No caso de Haddad, porém, em caso de um pedido do presidente Lula para que ele dispute o governo, uma negativa pode ser vista como “recusar uma missão”, o que não ajudaria na construção do nome dele como sucessor de Lula.Alckmin também pretende se manter na vice-presidência, mas também cogita-se a troca de nome no posto que aumentasse a coligação de Lula. Nesse caso, Alckmin teria confidenciado que preferiria disputar o Senado, um cargo que nunca teve.Até o momento, o único do campo de Lula que se prontificou a disputar o governo é o ex-governador e ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), Márcio França (PSB). A favor, o seu grupo político afirma que ele conseguiria conectar Lula com um eleitorado que hoje o petista não alcança e que teria baixa rejeição. Dentro do PT, porém, o nome de França não empolga por ser visto como menos competitivo que Haddad e Alckmin.