Em sua quarta edição, a campanha “De Olho nos Olhinhos” criada por Tiago Leifert e Daiana Garbin busca alertar pais para um perigo que assombra os bebês logo cedo: a retinoblastoma, câncer da retina que acomete crianças pequenas. Os dois resolveram encabeçar o movimento após o diagnóstico de Lua, filha do casal, que hoje está com 4 anos e virou símbolo de superação.A iniciativa que já comoveu mais de 150 milhões de pessoas em todo o Brasil, chama atenção e informa que pais devem agendar a primeira consulta com o oftalmologista aos 6 meses de idade. “Se não tem oftalmologista na cidade, procura um pediatra. Na falta dele, passa com um clínico geral mesmo, o importante é examinar”, fala Tiago em entrevistas em nome da ONG.Desde 2022 eles seguem na luta para propagar a informação que é crucial nos primeiros meses de vida dos pequenos. Tanto em vídeos, áudios e pelas redes sociais quanto pessoalmente, em visitas ao GRAACC, os jornalistas mostram a importância de se estar atento a qualquer sinal estranho. “É uma doença altamente curável e se diagnosticada precocemente, tem 90% de chance de cura”, informa Daiana em um dos depoimentos online.Mesmo com a melhora de Lua, se faz necessário um acompanhamento frequente já que existe o risco de reincidência da doença até os 6 anos de idade. Cuidadosos, eles não expõem a privacidade da filha que continua sob cuidados rígidos e é motivo de muita alegria para a família inteira.Oftalmologista ensina como um clique pode dar sinais de que algo não vai bemNo Dia Mundial da Visão e em apoio ao casal, a reportagem da Jovem Pan procurou o médico oftalmologista Dr. Rubens Belfort Neto, que é especialista em oncologia ocular e referência internacional no diagnóstico, para falar sobre o assunto. “O olhar atento dos pais e o acompanhamento oftalmológico regular nos primeiros anos de vida são fundamentais. Muitas vezes, uma simples foto pode ser o primeiro passo para salvar a visão da criança. Observar, registrar e agir rapidamente pode transformar o desfecho de uma história, como aconteceu com a filha de Tiago Leifert e Daiana Garbin, que hoje inspira milhares de famílias a olharem com mais cuidado para os olhos dos filhos”, revela o especialista. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Aliás, com a campanha ele notou um aumento de procura nos consultórios e elogia a movimentação dos comunicadores. O médico que é pós doutorado pela UNIFESP e tem formação complementar no Canadá e Estados Unidos, fala sobre indícios que devem ser observados desde os primeiros meses e durante a infância.Reflexo branco nas fotos (leucocoria): O famoso “olho de gato” nas fotos com flash pode indicar a presença de um tumor dentro do olho. “Se o reflexo de um olho aparece branco ou prateado, enquanto o outro fica vermelho, é preciso procurar um oftalmologista imediatamente — mesmo que isso apareça apenas em algumas fotos”, orienta o especialista.Estrabismo recente: Quando o olhinho começa a entortar de repente ou parecer desalinhado, pode ser sinal de que o tumor está afetando a visão de um dos olhos. “O estrabismo que surge do nada deve sempre ser investigado”, alerta Belfort.Pupila diferente ou anormal: Pupilas de tamanhos ou cores diferentes, com aspecto esbranquiçado ou sem reflexo normal à luz, merecem atenção. Essas alterações podem indicar obstrução da passagem da luz até a retina.Perda visual ou falta de interesse por objetos: Bebês que não seguem brinquedos com o olhar, parecem “desatentos” ou esbarram com frequência podem estar com a visão comprometida. “Mesmo sem queixas diretas — porque a criança pequena não sabe explicar —, essa mudança de comportamento pode ser a primeira pista de um problema visual”.Vermelhidão ou dor persistente: Olho vermelho, inchado, com secreção ou dor que não melhora também deve ser avaliado. “Em estágios avançados, o retinoblastoma pode se manifestar como inflamação ocular persistente e, muitas vezes, é confundido com conjuntivite”, reforça o especialista. Leia também Quando o cuidado vira controle: como evitar relações que fazem mal à sua saúde emocional Vacina brasileira contra covid entra na fase final de estudos