Análise: O que levou o Hamas a aceitar a 1ª fase do acordo com Israel?

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Desde que concordou com a primeira fase do acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, na quarta-feira (8), o grupo palestino Hamas afirmou ter recebido garantias “claras” dos mediadores, de que Israel não violará o trato.Porém, para o grupo, libertar todos os reféns de Gaza significa abdicar da única vantagem que possui contra Israel na guerra.“Não podemos confiar na ocupação (Israel)”, disse Osama Hamdan, alto funcionário do Hamas, ao veículo de comunicação catariano Al Araby em uma entrevista nesta quinta-feira (9), acrescentando que “a equipe de negociação (do Hamas) insistiu que o papel dos mediadores não é apenas chegar a entendimentos e coletar assinaturas, mas garantir que as partes estejam comprometidas com o acordo”. Líderes mundiais celebram o acordo de cessar-fogo em Gaza Ataques em Gaza continuam após Israel e Hamas aceitarem 1ª fase de acordo Análise: Pressão de Trump sobre Netanyahu foi crucial para acordo com Hamas O presidente americano, Donald Trump, disse à CNN esta semana que o Hamas enfrentará “extinção completa” caso se recuse a ceder o poder e o controle da Faixa de Gaza.A sobrevivência do grupo também pode ter influenciado na decisão de libertar os reféns israelenses.Hamdan afirmou que, embora o Hamas não confie em Israel, não é do interesse dos israelenses retomar a guerra, visto que enfrenta intensa pressão internacional e indignação pela conduta em Gaza.“Recebemos garantias e isso nos basta”, disse Hamdan em resposta a uma pergunta sobre se o Hamas recebeu garantias dos Estados Unidos para o fim da guerra.O Catar, um mediador fundamental nesta rodada de negociações, também falou sobre garantias de adesão de Israel, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, afirmando esta semana que os Estados Unidos garantiriam o cessar-fogo.A inclusão da Turquia — que abriga importantes autoridades do Hamas — na mediação pode ter aumentado a pressão sobre o grupo.O Catar também pode estar pressionando com mais força após ter sido atingido por Israel em um ataque contra negociadores do Hamas residentes em Doha no mês passado.