O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio. Além disso, ela está ligada a alterações comportamentais e de humor, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.Mas a condição parece não afetar apenas os seres humanos. Segundo um novo estudo, golfinhos podem enfrentar uma doença muito semelhante, o que faz com que eles fiquem desorientados e acabem encalhando.Descoberta pode ajudar no combate ao Alzheimer em humanos (Imagem: luchschenF/Shutterstock)Algas nocivas estariam provocando os problemasO trabalho foi motivado pelo aumento no número de registros de mamíferos aquáticos encalhados nos últimos anos.Para descobrir o que estava por trás deste cenário, uma equipe de pesquisadores examinou os cérebros de 20 golfinhos-nariz-de-garrafa comuns (Tursiops truncatus).A ideia era procurar sinais de exposição a toxinas e mudanças na expressão gênica, células e estrutura cerebral dos animais.O resultado foi a identificação de uma grande concentração de uma neurotoxina chamada ácido 2,4-diaminobutírico (2,4-DAB).Para os cientistas, isso é efeito da proliferação de algas nocivas.Leia maisCura do Alzheimer? Cientistas interrompem avanço da doençaNovo teste digital promete diagnóstico mais rápido do AlzheimerNanotubos no cérebro podem espalhar Alzheimer, revela estudoCondição deixa os golfinhos desorientados (Imagem: sebasworld/Shutterstock)Placas amilóides foram encontradas nos cérebros dos golfinhosO trabalho ainda revelou que os cérebros dos golfinhos apresentavam mudanças radicais na expressão gênica. Do mesmo modo, foi identificado o aparecimento de placas amilóides, estruturas baseadas em proteínas características do Alzheimer em humanos.Os pesquisadores explicam que não é raro encontrar estas placas nos animais. No entanto, o estudo sugere que a proliferação de algas nocivas pode estar acelerando este acúmulo, o que acaba deixando os mamíferos desorientados e facilita que eles encalhem.Doença semelhante ao Alzheimer afeta os animais (Imagem: SewCreamStudio/Shutterstock)As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Communications Biology. Segundo a equipe responsável pelo trabalho, elas também podem ser importantes para o desenvolvimento de formas de combate à doença em humanos.Como os golfinhos são considerados sentinelas ambientais para exposições tóxicas em ambientes marinhos, há preocupações sobre problemas de saúde humana associados à proliferação de cianobactérias. Embora provavelmente existam muitos caminhos para a doença de Alzheimer, as exposições a cianobactérias parecem cada vez mais ser um fator de risco.David Davis, pesquisador da Universidade de Miami e um dos autores do estudoO post Golfinhos encalhados apresentam sinais semelhantes ao Alzheimer apareceu primeiro em Olhar Digital.