O clássico porquinho de moedas das crianças tem sido substituído por um cofrinho moderno, que pode render um bom dinheiro para a faculdade, para comprar o primeiro carro ou até para dar aquele empurrãozinho inicial na carreira quando a vida adulta chega: a previdência privada para crianças. Com a proximidade do Dia das Crianças, celebrado no domingo (12), o InfoMoney ouviu especialistas no segmento para explicar como esse tipo de investimento permite acumular recursos de forma programada e disciplinada ao longo do tempo, com benefícios fiscais e financeiros que potencializam o montante final.“Em um cenário de instabilidade econômica e transformações constantes, percebemos um movimento crescente de planejamento de longo prazo por parte dos responsáveis”, afirma Sandro Costa, head de Produtos da Brasilprev, empresa de previdência da BB Seguros. Leia mais: Por que estamos vivendo mais, mas poupando menos para o futuro? Veja explicaçõeE se depender do bolso dos pais solteiros e dos avós, esse investimento começa cedo. Segundo dados da Brasilprev, o número de pais solteiros que contratam esse plano aumentou de 30% para 34%, enquanto o de pais solos, que se declaram solteiros, divorciados ou viúvos, subiu de 41% para 44%. Já os avós aumentaram a participação de 13% para 18%, entre 2020 e 2025. “Temos uma nova geração de avós, que está mais ativa e com maior poder aquisitivo, assumindo um papel importante na garantia financeira do futuro dos netos”, diz Costa. Marcelo Francisco, de 51 anos, é um exemplo desse movimento. Ele contratou um plano de previdência para o filho, Antônio.“Acredito que esse investimento é uma maneira de proporcionar liberdade financeira quando ele for adulto, seja para estudar, empreender, viajar ou até mesmo começar a planejar sua aposentadoria”, afirma. Leia também: Quero investir no futuro educacional dos meus filhos: por onde começar?De olho na educação Segundo Costa, o maior foco desse tipo de contratação é a educação dos pequenos. “Às vezes, os responsáveis deixam de lado as poupanças pessoais para fazer poupança para o menor. Não sobra muito dinheiro em casa, mas acabam investindo alguma coisa. E essa preocupação é muito liderada por mulheres. Elas representam 52% dos que pagam planos para as crianças na empresa”, diz o executivo. Esse movimento, segundo o especialista, está ligado ao fato de muitos pais não terem tido acesso à educação de qualidade na infância e, por isso, querem proporcionar oportunidades educacionais e financeiras mais promissoras aos filhos. O levantamento também revela mudanças no perfil dos contratantes. A faixa etária entre 31 e 40 anos foi a que mais cresceu no período. Entre os beneficiários, o maior crescimento foi registrado na faixa etária de 2 a 5 anos, que passou de 4,5% em 2022 para 10% em 2025.Leia mais: Primeiro passo de educação financeira começa quando filhos nascemJá no recorte por região, a maior adesão aos planos júnior ocorre na região Sudeste, responsável por 43% do total, seguida pelo Nordeste com 22%, Sul com 18%, Centro-Oeste com 11% e Norte com 6%, segundo dados da Brasilprev. Em nível estadual, São Paulo lidera com 24% dos planos, seguido de Minas Gerais (10%), Rio de Janeiro (7%), Paraná (7%) e Bahia (6%).Como funciona a previdência para crianças A previdência para crianças pode ser contratada a partir do momento em que o menor já possui CPF, o que já acontece nos primeiros dias de vida, logo na saída da maternidade.Henrique Diniz, diretor de produtos de previdência da Icatu Seguros, explica que não há diferença entre a previdência para crianças e para adultos. A única mudança são as modalidades de contratação: o titular pode ser a própria criança ou a criança pode ser a beneficiária da previdência de um responsável. “Na primeira modalidade, a criança está fomentando a própria reserva para o futuro. Aos 18 anos, terá a opção de decidir se continua investindo, se faz o resgate total ou usa parte do valor para custear algum objetivo. Já na modalidade em que é beneficiária, o objetivo funciona dentro de um planejamento sucessório, que garante proteção do filho em caso de perda do responsável”, explica Diniz. Leia também: Previdência pública vai custar R$ 1 tri em 2026 e pode não bancar sua aposentadoriaO ideal é planejar conforme o objetivoO dinheiro acumulado na previdência pode ser utilizado para uma variedade de objetivos de médio e longo prazo, como apoio financeiro para a educação, compra de bens e investimentos na carreira, além da aposentadoria. Segundo os especialistas, para calcular quanto depositar e por quanto tempo, o ideal é planejar conforme o objetivo. “A conta pode ser de trás pra frente, a partir do objetivo que você tem”, explica Diniz, da Icatu. Já para Costa, da Brasilprev, se a ideia for acumular recursos para a educação, vale levantar quanto é a mensalidade ou o custo total do curso ou da instituição de ensino desejada. “A partir disso dá para estimar o quanto você precisa contribuir por mês para chegar e ter lá na frente este volume”, aponta. Os especialistas concordam que quanto mais cedo se começa a investir, maiores os benefícios dos juros compostos e vantagens fiscais, como a tabela regressiva e ausência de cobrança de IOF, tornando o produto vantajoso. Além disso, é uma ótima oportunidade para falar de educação financeira.“A criança vai vendo o dinheiro crescendo no fundo, entendendo o efeito dos juros e como o valor se transforma ao longo do tempo. Ao mostrar a evolução do saldo, ela percebe que aquele é o seu dinheiro, o que ajuda a criar disciplina e consciência financeira desde cedo”, afirma Diniz. Tem alguma dúvida sobre o tema? Envie para leitor.seguros@infomoney.com.br que buscamos um especialista para responder para você!The post Cofrinho para o futuro: entenda como funciona a previdência para crianças appeared first on InfoMoney.