Mesmo com o orçamento apertado, as famílias se preparam para comprar os presentes para o Dia das Crianças, neste domingo (12), mantendo a data como uma das mais importantes para o varejo brasileiro. E os brinquedos continuam no topo da lista com 52% da preferência, seguido pelo vestuário, com 24,8%, de acordo com uma pesquisa feita pela administradora de shoppings Alqia.Leia também: Dia das Crianças: 3 estratégias para educar filhos sobre dinheiroNeste ano, 83% dos consumidores disseram que pretendem gastar até R$ 500 com o presente. O levantamento ouviu cerca de 10 mil clientes em empreendimentos da rede em diferentes regiões do país e mostra que o consumidor brasileiro ainda compra, mas faz um planejamento e estabelece limites claros para os gastos.O resultado do estudo da Alqia segue em linha com o levantamento nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que projeta um movimento de R$ 9,96 bilhões em vendas para o Dia das Crianças de 2025, crescimento de 1,1% em relação ao ano passado. O desempenho positivo, ainda que modesto, reflete a resiliência do consumo mesmo diante da desaceleração econômica e da pressão dos preços.Segundo a Alqia, 78% dos entrevistados ainda não definiram o presente, mas já estipularam quanto pretendem gastar. “A pesquisa deste ano revelou uma concentração relevante nos segmentos de compra. Quase 77% dos clientes devem presentear com brinquedos ou itens de vestuário, um crescimento de 20% em relação a 2024. Também observamos uma faixa de gasto mais concentrada, influenciada pela proximidade com a Black Friday e o Natal”, afirma o diretor-executivo de operações da companhia, Claudio Ximenes.Guloseimas e experiênciasOutros itens aparecem com menor peso, como chocolates e outras guloseimas, com 8%. Aparecem ainda livros e produtos culturais (5,3%), eletroeletrônicos e gadgets (5%) e passeios e experiências (4,8%). O avanço de opções “experiências” indica uma mudança de mentalidade, ainda tímida, em direção a presentes com valor simbólico ou de convivência, mais do que material. A tendência é buscar por presentes funcionais e duradouros, que unem afeto e utilidade, um reflexo do consumo mais racional observado em 2025.Os filhos e enteados seguem como os principais presenteados, respondendo por 54% dos presenteados, seguidos por sobrinhos (20%), afilhados e filhos de amigos (10%). Mas namorados e cônjuges também aparecem na lista, com 8,6%, mostrando que a data tem extrapolado o público infantil e se consolidado como um ritual afetivo familiar.Em São Paulo, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), 39% dos consumidores afirmaram que vão presentear neste Dia das Crianças, e 68% desses pretendem gastar entre R$ 50 e R$ 450. A faixa que coincide com o teto de R$ 500 observado no estudo da Alqia.Diferenças regionaisRegionalmente, o gasto médio varia bastante: em Santa Catarina, a média é de R$ 283, alta nominal de 11% sobre 2024; no Mato Grosso do Sul, o ticket chega a R$ 328, enquanto em São Luís (MA) fica próximo de R$ 210. No total, o consumo deve movimentar R$ 352 milhões apenas em Mato Grosso do Sul, segundo as federações de comércio locais.Outro fator curioso, detectado pela Fecomércio-SC, é que quando a criança participa da escolha ou está presente no momento da compra, o gasto médio tende a aumentar, num sinal de que o componente emocional continua pesando nas decisões de consumo, mesmo entre famílias que buscam conter despesas.A combinação de cautela e disposição para o gasto pontual indica que o consumidor está mais seletivo, mas não paralisado. O foco em produtos tradicionais, o orçamento pré-definido e o adiamento da decisão final mostram que a compra tende a ocorrer mais próxima da data, favorecendo lojas físicas e shoppings, onde o presente pode ser escolhido e levado imediatamente.DicasA data também pode ser uma oportunidade para ensinar valores importantes e desenvolver a consciência financeira dos pequenos, segundo o economista Amerson Magalhães, empresa de crédito Crefaz. “Com criatividade e diálogo, as famílias podem transformar esse momento em uma experiência que une diversão, responsabilidade e aprendizado”, disse.Para isso, a dica é envolver as crianças na economia doméstica desde cedo, para que elas cresçam entendendo o valor do dinheiro, a importância de escolhas conscientes e o impacto que pequenas atitudes têm no dia a dia da casa. “Isso se torna cada vez mais importante em um cenário de inflação persistente, informalidade no emprego e aumento do endividamento”, afirma o economista, acrescentando que 78,2 milhões de brasileiros estão inadimplentes, segundo a Serasa.The post Dia das Crianças: Brinquedos e roupas são os presentes mais procurados appeared first on InfoMoney.