Covarde: quem é a nutricionista que fez trabalhadores serem demitidos

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A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam nesta sexta-feira (10/10) a nutricionista Paula Carolina da Silva Morais (foto em destaque), apontada como a mentora de um esquema milionário de fraudes contra planos de saúde.Ela foi alvo da operação Reembolso Assistido, também chamada de Poltros, que desmantelou uma rede de estelionatos envolvendo biometria facial, contas bancárias falsas e reembolsos de exames nunca realizados. Leia também Mirelle Pinheiro Mercenários covardes: presos médico e nutricionista por golpe na Amil Mirelle Pinheiro Entre anabolizantes e apostilas: a “filha de ouro” que comprou o CNU Mirelle Pinheiro Como a “mulher fantasma” dos concursos fez a PF chegar a fraude no CNU Mirelle Pinheiro Ferrari, Porsche: veja carrões apreendidos em operação contra sindicato ligado a irmão de Lula De acordo com as investigações da 52ª DP (Nova Iguaçu), Paula se apresentava como nutricionista de confiança de funcionários da concessionária de energia Light, oferecendo atendimentos com a promessa de “reembolso rápido” junto ao plano de saúde Amil.Por trás da fachada de profissional de saúde, a mulher comandava um complexo esquema de estelionato eletrônico. Ela pedia o login e a senha do aplicativo do plano de saúde, além de documentos pessoais e biometria facial das vítimas, informações que usava para abrir contas digitais falsas em nome dos pacientes.Com esses dados, Paula solicitava reembolsos de até R$ 4 mil por consultas e exames que nunca existiram. O dinheiro era depositado nas contas fraudulentas e depois transferido para a empresa da própria nutricionista.Namorado médico e mãe cúmpliceO namorado de Paula, o médico Luiz Victor dos Passos Fernandes, e a mãe dela, Márcia Cristina Teixeira da Silva, também foram presos. O trio foi denunciado à Justiça por associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e crime contra a ordem tributária.Segundo o Ministério Público, Luiz Victor falsificava pedidos e laudos médicos usados por Paula para dar aparência de legalidade aos reembolsos. As notas fiscais falsas incluíam exames e laudos assinados por médicos que nunca tiveram contato com as vítimas, muitos deles de um laboratório que já havia encerrado as atividades.Márcia, mãe da nutricionista, atuava na recepção do consultório e convencia os pacientes a entregar os dados pessoais. Ela também ajudava a cadastrar novas vítimas e a administrar as contas usadas para receber os depósitos.Funcionários demitidosAs vítimas eram funcionários da Light que possuíam plano coletivo da Amil. Quando o golpe foi identificado pelo setor de fraudes da operadora, o descredenciamento da clínica gerou reflexos trabalhistas graves, cerca de 40 empregados da Light foram demitidos por envolvimento indireto com as fraudes.“Dezenas de famílias ficaram sem sustento do dia para a noite, por terem sido vítimas dos denunciados”, destaca o Ministério Público em trecho da denúncia.PoltrosA operação recebeu o nome de “Poltros”, termo que significa “mercenários covardes”, em referência à forma como o grupo explorava a confiança das vítimas para obter vantagem financeira.Ao todo, dez inquéritos já resultaram em denúncia formal, e outros 30 seguem em andamento. Paula Carolina da Silva Morais e os demais presos permanecem à disposição da Justiça.