Vamos passear? Como curtir espaços públicos em segurança com seu pet

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Levar o pet para passear é um momento de lazer e socialização, tanto para o tutor quanto para o animal. Mas o hábito exige responsabilidade, principalmente em espaços públicos. Garantir vacinas em dia, atenção à higiene e respeito às outras pessoas e animais é essencial para manter a convivência segura em locais como praças, parques e calçadas. Leia também É o bicho! Cinco dicas para vacinar seu pet sem comprometer o orçamento É o bicho! Vacinação dos pets: especialista tira as principais dúvidas É o bicho! Passeio seguro: 9 motivos para manter o cachorro na coleira e guia É o bicho! Pet deve fazer xixi no jornal, tapete higiênico ou durante o passeio? O médico-veterinário Bryam Amorim, especialista em doenças infecciosas e parasitárias, reforça que a prevenção começa antes mesmo de sair de casa. “O tutor precisa garantir que o animal esteja clinicamente saudável, vacinado e vermifugado.” Isso é importante pois ambientes públicos oferecem muitos estímulos e potenciais fontes de contaminação.5 imagensFechar modal.1 de 5O pet traz alegria ao larFreepik2 de 5Cuidar da dieta do seu pet é importante para promover saúde Lum3n/ Pezels3 de 5Cuidar adequadamente do animal é missão do tutor Reprodução/Alto Astral4 de 5A ração tradicional todos os dias pode parecer pouco atraente para os cãesReprodução/GettyImages 5 de 5É preciso ter cuidado com a saúde bucal dos animais Reprodução/ FreepikClique aqui para seguir o canal do Metrópoles Vida&Estilo no WhatsAppÉ sobre outros pets tambémAlém dos cuidados com a saúde, o uso de coleira e guia adequadas ao porte e temperamento do pet é indispensável. O veterinário lembra também da importância de recolher as fezes durante o passeio. “É uma questão de higiene e de saúde pública, já que diversos patógenos podem ser transmitidos pelo ambiente contaminado”, alerta.Outro ponto muitas vezes esquecido é a microchipagem, um método de identificação permanente e seguro. “O microchip pode ser usado para reunir o pet com o tutor em caso de perda, além de ser uma exigência para viagens internacionais.”No Distrito Federal, campanhas gratuitas de microchipagem são promovidas pelo Ministério do Meio Ambiente. É uma forma de incentivar a posse responsável e o combate ao abandono.Vacinas e prevenção: o que é obrigatório?A vacinação é uma das etapas mais importantes antes de liberar o pet para passeios. Bryam destaca que a vacina antirrábica é obrigatória e protege tanto o animal quanto a população humana.“A raiva é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida dos animais para os seres humanos. Na maioria dos casos tende a ser fatal”, ressalta.Filhotes só devem frequentar espaços públicos após completar protocolo vacinal.Além da antirrábica, o veterinário recomenda manter atualizadas as vacinas múltiplas: V8 ou V10 para cães e quádrupla para gatos, que previnem doenças infectocontagiosas altamente transmissíveis. O controle contra pulgas, carrapatos e vermes também deve ser feito com regularidade, sempre com medicamentos prescritos por um profissional.Para filhotes, o passeio só deve ocorrer após o protocolo vacinal completo. “No mínimo três doses da vacina múltipla, uma dose da vacina da raiva e um protocolo parasitário, geralmente por volta dos quatro meses de idade”, reforça o especialista.Ele também lembra que, além da saúde, a identificação é uma obrigação do tutor responsável. O governo federal lançou o Programa SinPatinhas, um cadastro nacional gratuito de cães e gatos que auxilia no controle populacional e na formulação de políticas públicas para os animais domésticos.Evite acidentes com outros animaisAntes de ir para locais movimentados, é importante preparar o bichinho.“A adaptação é muito importante, especialmente para pets que nunca foram expostos a locais com grande fluxo de pessoas, sons e outros animais. Nós chamamos isso de dessensibilização”, esclarece.O processo deve ser gradual. O tutor começa com passeios curtos em ambientes tranquilos, reforçando comportamentos calmos com petiscos e recompensas. Com o tempo, é possível aumentar o nível de estímulo, sempre com respeito ao limite do animal.Coleira, guia e atenção constante garantem segurança e conforto no passeioDurante os passeios, também é importante observar o comportamento dos outros cães. Bryam orienta: “Sinais de tensão, como orelhas baixas, pelos eriçados, olhar fixo ou rosnado, indicam desconforto. Nesses casos, o ideal é manter distância e nunca forçar”.Cidadania em quatro-patasEmbora cresça o número de praças “pet friendly” e áreas de convivência, o Brasil ainda está longe de oferecer espaços adequados para os animais. O especialista observa que faltam infraestrutura e políticas públicas que garantam segurança e bem-estar.“Grande parte das áreas públicas não conta com bebedouros, lixeiras adequadas, sombra, sinalização ou manutenção sanitária, o que limita o acesso e aumenta os riscos à saúde animal e humana”, avalia.Segundo ele, também falta educação comunitária e campanhas de conscientização sobre o uso responsável desses locais. “A ausência de políticas públicas consistentes faz com que a responsabilidade recaia quase inteiramente sobre os tutores, o que não é justo nem eficiente”, diz.Interações entre animais devem ser sempre mediadas pelo tutor, respeitando sinais de desconforto.Para o veterinário, o caminho ideal é incorporar o conceito de Saúde Única (One Health) ao planejamento urbano, que considera o bem-estar animal, a saúde pública e o meio ambiente.“Espaços públicos com segurança e dignidade não deveriam ser um privilégio, mas uma expressão de cidadania e respeito coletivo”, concluiNão esqueça!Aqui vai uma lista para você não esquecer nada no próximo passeio com seu bichinho:Saquinhos para recolher as fezes;Garrafa com água e potinho para hidratação;Guia e coleira confortáveis e resistentes;Identificação do animal, com nome e telefone do tutor;Para passeios mais longos, um petisco ou brinquedo que o animal goste para reforçar comportamentos positivos.