Conexões, crédito, investimento e parcerias. Essas palavras resumem o sentimento do grupo que participou da missão realizada pelo Sebrae para conhecer um projeto desenvolvido no bioma amazônico, mais especificamente na cidade de Santarém (PA) e arredores. A visita técnica a empreendimentos apoiados pelo Sebrae na região ocorreu no fim de setembro.O grupo — formado por empresários, investidores, representantes de setores como entretenimento e energia solar, agentes públicos, entre outros — saiu impressionado com o nível elevado das startups que estão sendo incubadas na Oka Hub Incubadora de Florestas, um projeto do Sebrae com base em Belterra (PA), a riqueza da gastronomia e das tradições do local como ativos para geração de renda e desenvolvimento com base no turismo, além do potencial dos quintais produtivos, outro braço do projeto da instituição da região.Confira o vídeo com depoimentos sobre a missãoIntegrantes da missão visitam o projeto da CoomflonaVeja o depoimento de alguns participantes da missão:Ivan Santos Moura, sócio e administrador da Ollie ComésticosFoi um prazer passar tanto tempo com várias startups e vendo muitas com potencial para o digital. Algumas marcas que fazem shots matinais e de energia, outras que comercializam produtos em pó, bem únicos da região. Vejo muitas oportunidades. Me chamou muita atenção o nível de muitos fundadores dessas marcas, pessoas muito técnicas, com doutorado, fazendo pesquisa. Foi fantástico. A sustentabilidade, especialmente fora do Brasil, na Europa e Estados Unidos, é fator importante. Ter algo que veio da Amazônia, totalmente regularizado, atrai os olhares lá fora.Lucas Conrado, diretor executivo do Fundo EstímuloMe sinto transformado por esses dois dias que foram incríveis. Foi uma mistura de espiritualidade com conexões importantes, com negócios vivos e diversos. A gente está falando de biojoias, biocosméticos, alimentação, negócios de várias dimensões. A gente ouviu vários pitches de empreendedores que já estão faturando mais de R$ 10 mil por mês, já estão dentro do perfil de negócios apoiados pelo Estímulo. E a nossa ideia é sair daqui já com crédito para esses negócios alavancarem o seu curso. Fizemos uma parceria importante sendo o primeiro fundo de crédito a acessar o Fampe, que é o fundo garantidor do Sebrae.Cristina Costa, analista de sustentabilidade da GloboTive a oportunidade de ter um olhar para as pessoas que atuam com a bioeconomia aqui na região e enxergar o quanto existe de oportunidades de trazer toda essa riqueza mais para perto, principalmente trabalhando em uma empresa de audiovisual. Podemos trazer esses negócios como possíveis fornecedores, porque a Globo sempre utiliza itens e faz aquisições, como sementes para adereços, por exemplo. Tenho planos já para levar de volta, que ajudem na evolução dessas comunidades. Agora, falo com mais gosto ainda da importância não só da floresta, mas das pessoas.Pablo Joly Costa do Vale Bezerra, arquiteto da Gua ArquiteturaA gente da Gua, como arquitetos, designers paraenses, nascidos aqui, admiramos muito todo o processo que foi desenvolvido com artesãos, ceramistas, pessoas que detêm esses conhecimentos aqui na região. Perceber que isso está sendo valorizado e desenvolvido, de uma maneira diferente, mas sempre olhando para o mercado, é muito gratificante. O legado que o Sebrae está deixando para essa região é exatamente o que a gente acredita, enquanto paraense, de fato, que é olhar para o ancestral, para o passado, com o objetivo de desenvolver o futuro.Ericka Rocha da Cunha, chefe do escritório da Codevasf em BelémFoi uma experiência inesquecível, tivemos a oportunidade de conhecer diversas alternativas viáveis para o uso dos recursos naturais da Amazônia. Então, aqui nós temos matéria-prima para diversas coisas e a Codevasf tem como foco justamente o apoio a essas entidades privadas, associações ou entidades públicas também, no sentido de estruturação, apoio aos arranjos produtivos locais por meio de doações de equipamentos, máquinas, ou estruturação, de escoamento da produção. Foi muito importante conhecer essas iniciativas, principalmente nos Quintais Produtivos, que se alinham mais diretamente com nossa missão.Rodrigo Rollemberg, deputado federalAs conexões foram incríveis aqui. Tivemos uma diversidade de atores que podem contribuir para a gente melhorar o ambiente de inovação para que essas empresas locais voem. Essas conexões, a partir do conhecimento com mais profundidade da realidade, podem contribuir para superar os gargalos e promover o desenvolvimento dessas cadeias produtivas que são tão estratégicas para o Brasil. O Bruno (Quick) é um engenheiro, um construtor de pontes. Participar da elaboração do Plano Nacional de Bioeconomia podendo conhecer experiências como essa é fundamental.Carlos Eduardo Santiago, gerente de Acesso a Mercados do SebraeO objetivo dessa missão foi fazer com que o projeto que nós estamos trabalhando, Sebrae Nacional, Sebrae Pará, diversos parceiros do território, possa ser mais conhecido e atrair parceiros de fora, que mobilizem outros parceiros no efeito em cadeia, atraindo cada vez mais pessoas para investir nesse potencial da bioeconomia. E quando eu falo de investir, não necessariamente é recurso financeiro diretamente, mas avaliar como cada um pode contribuir. A missão foi bem-sucedida porque a gente conseguiu que cada um dos parceiros e convidados que estavam aqui conosco enxergasse uma possibilidade de contribuição.Quintal Agroflorestal em Mojuí dos Campos/PAEdlailson Pimentel, coordenador estadual do Acre da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica“Fiquei muito feliz em conhecer o projeto da Coomflona, muito surpreso porque a gente pode, através da energia solar, através do Sebrae, que oportunizou esse encontro aqui com várias instituições, verificar a possibilidade de realmente ajudar com o projeto de energia solar fotovoltaica. Estamos numa COP30, falando de energias limpas e renováveis, e saber que a Coomflona usa energia fóssil, com queima de óleo diesel, foi impactante. Na agricultura familiar, quando visitamos os quintais florestais, também vimos a possibilidade da energia fotovoltaica lá, que trará economia às agricultoras à frente desses negócios. Faço um balanço muito positivo.Wilson Poit, Empreendedor EndeavorAcho que a palavra é evolução e muita conexão. (Havia) pessoas de mercado, empresários interessados, alguns já fazendo negócios, trocaram contatos. Acho que tivemos mais do que um pitch de palco, mas também encontro com o mercado. Também tivemos avanços no projeto da usina solar para a marcenaria da Coomflona (Cooperativa Mista da Floresta Tapajós). Nós fizemos um projeto e pudemos agora receber os investidores. Aproveitamos a presença de várias pessoas aqui, de diferentes segmentos, e acho que as conexões serão suficientes para o financiamento desse projeto.Augusto Braun, presidente do Instituto Climático Von Bohlen Und Halbach“O balanço é muito positivo, porque eu já convivo com a região de Santarém há mais de 20 anos, trabalhando com projetos de manejo florestal sustentável. Então, há cerca de três anos eu tive a oportunidade de estar com toda a equipe do Sebrae e outros empreendedores e vi o nascimento desse projeto. É impressionante a evolução nesse período. Nós tínhamos startups que não podiam nem ser chamadas assim há três anos, e hoje a gente vê startups prontas para receber investimentos. O projeto já está trazendo resultados para a região. Tenho certeza que, daqui para frente, isso só vai acelerar ainda mais o desenvolvimento dessas empresas.”Marta Pereira Poit, cofundadora do Investe TerritórioFiquei muito impressionada com a apresentação dos empreendedores, que é para onde geralmente eu olho, até porque nós fomentamos o empreendedorismo na base da pirâmide, de quem está começando. E fiquei superanimada realmente, já conversei com alguns (empreendedores), pensando já em ver com quem que a gente pode avançar nas conversas. É muito claro ver o impacto que o Sebrae causa com essas missões e com todo o trabalho que a instituição tem feito. É como se o Sebrae estivesse preparando um terreno para a gente já encontrar todo mundo mais engrenado e só darmos sequência agora no apoio a esses negócios.Sandro Marques, diretor de Comunicação do Instituto InterelosNós, que já estamos acostumados a trabalhar em várias regiões da Amazônia, ficamos particularmente encantados com essa missão aqui no Tapajós por conta do ecossistema que a gente viu instalado, da quantidade de empreendedores trabalhando com cosméticos, trabalhando com fármacos, uma infinidade de produtos, uma moçada jovem, isso deu muita alegria para a gente, porque trouxe esperança de ver aquela bioeconomia que a gente fala, às vezes vê estampada no jornal, a gente conseguiu ver ela na prática acontecendo por conta do trabalho do Sebrae aqui.