Rússia é alvo de um dos maiores ataques ucranianos com drones

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O Ministério da Defesa russo informou na segunda-feira (6/10) ter derrubado 251 drones ucranianos na última noite. Segundo Moscou, este foi um dos maiores ataques da Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Duas pessoas morreram na região russa de Belgorod, a 30 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.“Na noite passada, sistemas de alerta de defesa aérea interceptaram e destruíram 251 veículos aéreos não tripulados ucranianos”, informou o Ministério da Defesa da Rússia no Telegram. De acordo com a publicação, as forças russas derrubaram 40 drones sobre a Crimeia – península anexada por Moscou em 2014 –, 62 sobre o mar Negro e cinco sobre o mar de Azov. Leia também Mundo Rússia intensifica ataques contra infraestrutura de gás na Ucrânia Mundo Ucrânia acusa China de fornecer dados de satélite à Rússia Mundo Drones russos atacam estação de trem na Ucrânia e deixam 30 feridos Mundo Fotógrafo francês morre em ataque de drones na Ucrânia Em Tuapse, um balneário russo às margens do mar Negro, drones atingiram uma refinaria de petróleo, causando um incêndio que feriu duas pessoas, informaram as autoridades locais. Na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, 5.400 pessoas permanecem sem energia após ataques com mísseis e drones no domingo (5/10) e durante a madrugada, informou o governador regional, Vyacheslav Gladkov, no Telegram.O exército ucraniano indicou nesta manhã ter atacado uma das principais fábricas de explosivos da Rússia, no oeste do país, bem como um terminal de petróleo na Crimeia.Kiev também acusou Moscou de ter lançado 116 drones sobre seu território durante a última noite. Um local de infraestrutura energética foi atingido na região de Chernihiv, no norte, e uma mulher morreu em um ataque à região de Kherson, no sul.Ataques visam infraestruturas energéticasDesde o início de sua ofensiva, em fevereiro de 2022, a Rússia tem lançado drones e mísseis contra a Ucrânia quase diariamente. Kiev responde regularmente atacando o território russo e, mais recentemente, passou a mirar refinarias de petróleo e outras infraestruturas energéticas russas.Moscou intensificou seus ataques à rede elétrica da Ucrânia nos últimos dias, aumentando o temor de uma campanha que visa mergulhar o país na escuridão e desmotivar os ucranianos com temperaturas glaciais, por falta de aquecimento doméstico no inverno. A mesma estratégia foi utilizada em 2024.No final de setembro, Moscou controlava total ou parcialmente 19% do território ucraniano, segundo uma análise da AFP baseada em dados fornecidos pelo Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW), que trabalha em conjunto com o Critical Threats Project (CTP). Cerca de 7% – incluindo a Crimeia e áreas da região industrial do Donbass – já estavam sob controle russo antes do início da ofensiva russa de 2022.Componentes estrangeiros em drones e mísseis russosO presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou nesta segunda-feira a presença de milhares de componentes fornecidos por empresas dos Estados Unidos, da Alemanha e do Japão nos sistemas de mísseis e drones que a Rússia utilizou para atacar a Ucrânia neste fim de semana.“Durante os bombardeios massivos na noite de 5 de outubro, a Rússia empregou 549 sistemas de armas que continham 102.785 componentes de fabricação estrangeira”, afirmou nas redes sociais.Zelensky ainda citou China, Taiwan, Reino Unido, Suíça, Coreia do Sul e Holanda, acusando esses países de não impedir o fornecimento à Rússia de material bélico, como sistemas de informática, microprocessadores ou sensores que permitem o funcionamento de mísseis e drones.Segundo ele, mísseis balísticos russos como Iskander e Kinzhal utilizam tecnologias importadas dos Estados Unidos, em um momento em que o presidente americano, Donald Trump, ostenta seus esforços em prol do fim do conflito.“Comunicamos propostas para reduzir esses padrões de fornecimento. Nossos parceiros já têm dados detalhados sobre qual empresa e produto devem ser monitorados e como reagir”, disse o presidente ucraniano.Leia mais em RFI, parceira do Metrópoles.