Ao longo de sua história de 134 anos, o Supremo Tribunal Federal só teve três mulheres como ministras. A primeira foi Ellen Gracie, nomeada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em dezembro do ano 2000. A segunda, Cármen Lúcia, que ali ainda permanece, foi nomeada por Lula em 2006. Nomeada pela presidente Dilma em 2011, Rosa Weber já se aposentou.É possível que uma quarta mulher venha preencher a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso? Possível, sempre é. Exige-se de um aspirante à vaga de ministro do Supremo reputação ilibada e amplo conhecimento jurídico. O Brasil está repleto de mulheres que atendem a tais condições, mas não é provável que uma delas seja nomeada. Não desta vez.Em 2003, Lula nomeou um negro, Joaquim Barbosa, então Procurador-Geral da República, essencialmente porque ele era negro. Diz-se de Barbosa que ele seria o primeiro negro a compor a mais alta corte de justiça do país desde sua criação em 1891. Não foi. O primeiro, Pedro Lessa (1907-1921), era mulato claro. O segundo, Hermenegildo de Barros (1919-1937), mulato escuro.O Supremo é uma casa de homens brancos e de apenas três mulheres até aqui, todas brancas. E assim continuará se Lula não for demovido da ideia de nomear para 0 lugar de Barroso o atual advogado-geral da União, Jorge Messias. Pesam em favor de Messias dois fatos: ele é pessoa da mais alta confiança de Lula, e evangélico, com amplo trânsito em todas as igrejas.Não tão “terrivelmente evangélico” quanto André Mendonça, ministro do Supremo, graças a Bolsonaro. Mas sinceramente evangélico. Os eleitores evangélicos são os que mais resistem a votar em Lula. E a próxima eleição presidencial está chegando a galope. O primeiro turno será disputado daqui a menos de um ano. Se fosse hoje, Lula venceria. Amanhã, não se sabe.Há outros interessados em herdar a toga de Barroso. Diante de Messias, a escolha de qualquer um deles seria uma zebra das grandes. Todas as Colunas do Blog do Noblat no Metrópoles