IA promete maior eficiência no trabalho, mas prejudica o pensamento crítico

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A inteligência artificial promete revolucionar o mercado de trabalho. A adoção da ferramenta pode aumentar a velocidade de alguns processos, aumentando consideravelmente a eficiência de algumas funções. No entanto, nem tudo é positivo. Um artigo publicado no The Conversation aponta que, na pressa de adotar a IA, algumas organizações estão negligenciando o impacto real que ela pode ter sobre os trabalhadores e a cultura da empresa.Diversas empresas têm acelerado a adoção da IA (Imagem: Stokkete/Shutterstock)Consequências a longo prazo da IA costumam ser negligenciadasNo trabalho, Jordan Loewen-Colón, da Queen’s University, no Canadá, e Mel Sellick, da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, apontam que a maioria das estratégias se concentra nas eficiências de curto prazo da IA.Entre elas estão a automação, velocidade e economia de custos. Por outro lado, outros impactos da inteligência artificial costumam ser negligenciado.Para eles, uma vez incorporada aos fluxos de trabalho, a ferramenta pode influenciar alguns padrões que normalmente são estabelecidos por humanos.Eles citam como exemplo quais fontes aparecem primeiro, qual o tom de um memorando e onde os gerentes definem o padrão de “bom o suficiente”. Um cenário que gera preocupações.Leia maisGeração Z perde espaço no mercado por conta do avanço da IA, aponta estudoUso indiscriminado de IA por bancos pode criar vulnerabilidadesIA concentra mais da metade dos investimentos globais de risco em 2025Efeitos negativos para a criatividade e o pensamento críticoOs pesquisadores estão começando a documentar uma série de efeitos psicológicos associados ao uso da IA no local de trabalho. Essas mudanças podem afetar a forma como as pessoas tomam decisões, calibram a confiança e mantêm a segurança psicológica em ambientes mediados pela tecnologia.Um dos efeitos mais proeminentes é conhecido como “viés de automação”. Uma vez que a IA é integrada ao fluxo de trabalho de uma empresa, seus resultados são frequentemente internalizados como fontes confiáveis de verdade. Como os resultados gerados por IA parecem fluentes e objetivos, eles podem ser aceitos de forma acrítica, criando um senso inflado de confiança e uma perigosa ilusão de competência.Artigo publicado no The ConversationUm dos riscos citados é que os trabalhadores passem a aceitar tudo o que a IA sugere (Imagem: tadamichi/Shutterstock)Um estudo recente descobriu que, em 40% das tarefas, os trabalhadores do conhecimento – aqueles que transformam informações em decisões ou entregas, como escritores, analistas e designers – aceitaram os resultados da IA sem nenhum pensamento crítico.Outra preocupação é a erosão da autoconfiança. O envolvimento contínuo com conteúdo gerado por IA leva os trabalhadores a questionar seus instintos e confiar demais na orientação da IA, muitas vezes sem perceber. Com o tempo, o trabalho muda da geração de ideias para a mera aprovação das geradas por IA. Isso resulta na diminuição do julgamento pessoal, da criatividade e da autoria original.Artigo publicado no The ConversationNão podemos virar reféns da inteligência artificial (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)De acordo com os autores do artigo, as empresas que combinam velocidade com ceticismo e protegem o julgamento como um ativo de primeira classe lidarão melhor com a volatilidade do que aquelas que tratam a IA como um piloto automático. E são elas que devem prosperar no mundo da inteligência artificial.O post IA promete maior eficiência no trabalho, mas prejudica o pensamento crítico apareceu primeiro em Olhar Digital.