Chamado de ‘pessoa horrível’ por Barroso em 2018, Gilmar Mendes diz que não guarda mágoas

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O anúncio da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (9) foi marcado por gestos de homenagem e reconciliação. Um dos momentos mais simbólicos ocorreu quando o ministro Gilmar Mendes, com quem Barroso travou um duro embate em 2018, afirmou publicamente que “não guarda mágoas”. Durante a sessão plenária, Gilmar elogiou a trajetória do colega e reconheceu o papel desempenhado por Barroso à frente da Corte, especialmente durante os últimos dois anos, quando ele presidiu o tribunal em meio a julgamentos de grande impacto político.“Não guardo mágoas. O compromisso tem que ser com a instituição. Tenho certeza de que a história vai reconhecer o seu papel — não só pela judicatura marcante, mas também pelos anos de gestão desafiadores e relevantes. Vossa Excelência trilhou o melhor caminho. Um grande abraço, seja feliz”, disse Gilmar.Barroso retribuiu o gesto, afirmando que “a vida nos afastou e nos aproximou”. O diálogo encerrou um ciclo que começou em 2018, quando os dois ministros protagonizaram uma das discussões mais tensas da história recente do Supremo. Na ocasião, Barroso reagiu a críticas de Gilmar com uma frase que ficou célebre: “Você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. A vida para Vossa Excelência é ofender as pessoas”. O episódio, transmitido ao vivo pela TV Justiça, levou a então presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, a suspender a sessão.O clima no plenário, desta vez, foi de emoção e reconhecimento. O presidente do STF, Edson Fachin, destacou que Barroso deixou “efeitos profundos que perdurarão por muitas gerações” na construção do direito constitucional brasileiro. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o país “perde um magistrado, mas continuará a contar com um jurista culto e comprometido com a busca do justo e do certo”. Já o ministro Flávio Dino escreveu nas redes sociais que o Supremo “perde no plenário o talento de um grande ministro, referência erudita e inovadora”. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Barroso, que deixará o tribunal antes do prazo legal de aposentadoria compulsória, afirmou que a decisão foi “longamente amadurecida” e motivada pelo desejo de “seguir novos rumos” fora da vida pública. Ao encerrar sua última sessão, o ministro foi aplaudido de pé pelos colegas, em um gesto que simbolizou o fim de uma trajetória marcada por protagonismo jurídico, firmeza nos debates e, agora, reconciliação. Leia também Barroso anuncia aposentadoria antecipada e abre nova vaga no STF para indicação de Lula TCU vai fiscalizar ações do governo voltadas para comércio de bebidas Publicado por Felipe Dantas*Reportagem produzida com auxílio de IA