A caducidade da medida provisória que buscava tributar os “super-ricos” no Congresso Nacional acendeu o alerta no governo Lula e no Partido dos Trabalhadores (PT). Em entrevista, Éden Valadares, secretário nacional de comunicação do PT, defendeu a estratégia governista de “ricos contra pobres” e projetou os desafios para as eleições de 2026. Valadares enfatizou que a polarização não é uma criação do governo, mas sim um reflexo da profunda desigualdade social brasileira.“Não é o PT, não é o governo do presidente Lula que criou um país que é separado por uma pequena fatia de brasileiros que concentra 50% da renda nacional”, afirmou. Segundo ele, o governo busca apenas que “super-ricos” contribuam mais para que trabalhadores de baixa renda tenham seu imposto de renda zerado. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Apesar da derrota no Congresso, o secretário minimizou o impacto na relação entre os poderes, destacando aprovações importantes como a reforma tributária. No entanto, ele apontou uma “encruzilhada” para o Congresso, que precisará decidir se segue o “sentimento da sociedade brasileira”, que, segundo pesquisas, rejeita a agenda da direita e da direita, como anistia para condenados e a “PEC da blindagem”.Comunicação e os DesafiosQuestionado sobre a comunicação do governo, Valadares reconheceu que há dificuldades em alguns pontos, mas assegurou que a comunicação tem melhorado e se qualificado. Ele ressaltou a necessidade de atualização na linguagem e nas ferramentas, citando a transição do panfleto para o WhatsApp como exemplo das mudanças na forma de fazer política.Sobre a derrota da MP, Valadares foi enfático: “Ontem, a maioria do Congresso Nacional tomou a decisão de dar um recado ao presidente Lula, digamos assim, de bater no presidente Lula e acabou acertando a sociedade brasileira”. Ele argumentou que a decisão impacta negativamente as contas públicas, podendo levar a cortes em áreas essenciais como saúde e educação.2026: Tarcísio e a PolarizaçãoSobre o cenário eleitoral de 2026 e a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como articulador contra a MP, Éden Valadares criticou a postura do político. “Se a intenção dele é ser pré-candidato, se a intenção dele é vir a Brasília e articular a oposição ao presidente Lula para ocupar esse espaço de candidatura contra o presidente Lula, contra o PT, contra a gente, eu penso que ele começou muito mal”, avaliou, argumentando que Tarcísio acabou “acertando a sociedade brasileira”.Ele reiterou que o PT não escolhe adversários e que as eleições no Brasil nunca são fáceis. O debate em 2026, segundo Valadares, será entre “o projeto que era feito pelo governo Bolsonaro comparado com o projeto do presidente Lula”, com a sociedade escolhendo entre um caminho de mais igualdade social ou a agenda da direita.O Secretário Nacional de Comunicação do PT encerrou a entrevista reforçando a importância da sociedade se engajar no debate sobre o futuro do país e a necessidade de uma reforma tributária mais justa. Leia também É questão de dias para que ricos paguem imposto que merecem, diz Lula após derrota da MP do IOF Derrubada da MP do IOF é uma 'grande derrota para o governo Lula', diz Kim Kataguiri