A província de Guangdong, no sul da China, abriga centenas de turbinas eólicas gigantescas. Instaladas na costa, algumas das estruturas são tão altas quanto edifícios de 30 andares e fazem parte da estratégia de Pequim de se tornar líder global na geração deste tipo de energia.Atualmente, a região responde por cerca de 15% de todas as turbinas instaladas no oceano em todo o mundo. Mas para isso, elas precisam ser resistentes aos tufões, fenômenos climáticos destrutivos com ventos de mais de 100 km/h.Turbinas normalmente paralisam operações durante a passagem de tufões (Imagem: Eugene Suslo/Shutterstock)Tufões representam grande riscoAs poderosas tempestades atingem os países do leste e sudeste asiático de maio a novembro e muitas vezes deixam um rastro de morte e destruição.Durante um tufão, todas as partes de uma turbina são colocadas sob extrema pressão. Suas pás são vulneráveis a rachaduras e quebras porque a velocidade e a direção do vento geralmente mudam repentina e dramaticamente. Já a torre pode dobrar ou desmoronar, enquanto a fundação corre o risco de se deformar.Chuvas e raios também podem danificar as estruturas.Por conta disso, quando um tufão se aproxima, um parque eólico geralmente desliga suas turbinas.A China, no entanto, quer fazer diferente.Por isso, aposta em uma nova geração de parques eólicos capaz de resistir aos fortes ventos, mas também aproveitar a energia gerada por eles.Leia maisA maior turbina eólica das Américas está na Bahia! ConheçaPor que os parques eólicos são alvos de teorias da conspiração e deepfake?Trump trava projeto de energia limpa nos EUA – e estava quase tudo prontoFenômenos climáticos são destrutivos (Imagem: Triff/Shutterstock)O segredo dos parques eólicos chinesesSegundo informações da BBC, as principais empresas chinesas aumentaram a resiliência de suas turbinas usando uma combinação de estratégias. Elas incluem o desenvolvimento de materiais avançados, melhora da capacidade de previsão do tempo e atualização dos sistemas de controle das turbinas.Um exemplo é o OceanX, fabricado pelo Mingyang Smart Energy Group. Com uma base flutuante, o modelo suporta não apenas uma, mas duas turbinas. As pás giram lado a lado em direções opostas – uma no sentido horário e outra no sentido anti-horário – de modo que o vento entre elas soprará mais rápido. Com isso, a estrutura pode gerar 4,29% mais eletricidade.Plataforma OceanX é mais resistente (Imagem: Mingyang Smart Energy Group)Mas a plataforma também conta com recursos para permanecer equilibrada durante condições climáticas extremas. Sua fundação é amarrada ao fundo do oceano por cordas por meio de um único ponto embaixo dela. Isso permite que a estrutura mude sua orientação mais facilmente para ser alinhada com o vento. Outra característica é o concreto de “ultra-alto desempenho” usado para construir a fundação da OceanX. Ele é quatro vezes mais resistente do que o concreto normal e pode suportar pressões superiores a 115 Megapascal – mais de 7.530 kg por polegada quadrada. Dessa forma, o parque eólico pode continuar de pé (e até operando) durante tufões.O post China aposta em parques eólicos à prova de tufões apareceu primeiro em Olhar Digital.