Antídoto contra metanol chega ao Brasil ainda nesta semana

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O fomepizol, antídoto usado no tratamento de intoxicações por metanol, deve chegar ao Brasil ainda nesta semana. O medicamento será importado dos Estados Unidos e distribuído pelo Ministério da Saúde, segundo a farmacêutica Daiichi Sankyo Brasil, que representa o laboratório japonês responsável pelo fornecimento, afirmou nesta terça-feira (7/10).Como o remédio é de uso hospitalar e injetável, ele não será vendido em farmácias. A negociação envolveu o Ministério da Saúde, a Opas e a Anvisa, mas a liberação ainda depende de trâmites burocráticos.Em nota, a empresa informou que atua em caráter emergencial e colaborativo com o Ministério da Saúde para viabilizar a chegada ao Brasil do medicamento fomepizol, usado no tratamento de casos graves de intoxicação por metanol.A farmacêutica afirmou que mantém cooperação técnica e institucional com as autoridades brasileiras, com foco na segurança dos pacientes e na proteção da vida.Como o antídoto ageO metanol é um álcool industrial altamente tóxico. Quando ingerido, o fígado o transforma em substâncias que podem causar cegueira, coma e morte.O fomepizol bloqueia essa transformação ao inibir a enzima álcool desidrogenase, impedindo a formação dos compostos tóxicos.Mais eficaz que o etanol farmacêutico, o antídoto deve ser aplicado logo nos primeiros sinais de intoxicação, sem necessidade de confirmação laboratorial.O tratamento inclui quatro doses principais, com melhora geralmente em até 48 horas. Em casos graves, pode ser associado à diálise. Leia também Saúde Metanol: saiba como o bicarbonato de sódio pode ajudar em emergências Grande Angular Metanol no sangue de Hungria: entenda divergência de exames Fábia Oliveira Exame revela presença de metanol no sangue de Hungria, diz assessoria Brasil Lewandowski cria comitê integrado para lidar com crise do metanol Casos no BrasilO Ministério da Saúde confirmou 17 casos de intoxicação por metanol no país, com 217 notificações de possíveis envenenamentos por bebidas adulteradas — 200 ainda sob investigação.As principais suspeitas envolvem vodcas e gins falsificados. A Polícia Civil de São Paulo apura se o metanol foi usado para higienizar garrafas reaproveitadas ou aumentar o volume de produção de bebidas clandestinas.Perícias já confirmaram a presença da substância em duas distribuidoras paulistas. Especialistas alertam que o metanol não altera cor, cheiro nem sabor, sendo impossível detectá-lo sem exame laboratorial.OrientaçõesAutoridades recomendam comprar somente em locais confiáveis, verificar lacres e selos fiscais e desconfiar de preços muito baixos.Em caso de sintomas como tontura, visão turva ou náusea, é essencial procurar atendimento médico imediato e informar a origem da bebida.A chegada do fomepizol representa um reforço urgente no combate às intoxicações por bebidas adulteradas que mobilizam autoridades em todo o país.