Tarcísio sobre metanol: “Quando falsificarem Coca-Cola, vou me preocupar”

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Em coletiva de imprensa sobre os casos de contaminação por metanol, nesta segunda-feira (6/10), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse, em tom de brincadeira, que “no dia que começarem a falsificar coca-cola, eu vou me preocupar” (ver vídeo abaixo).A fala ocorreu enquanto o governador mencionava as empresas do ramo que se mobilizaram em força-tarefa contra a falsificação das bebidas. Segundo o secretário da Segurança Publica de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), a adição etanol contaminado com metanol para a fabricação de bebidas falsas é a principal hipótese das investigações da Polícia Civil.“Estavam aqui os fabricantes. Todos os maiores fabricantes, players do Brasil, estavam na mesa. Que fabricam as bebidas mais famosas, que são objetos de fabricação, Jack Daniels, Johnnie Walker. Enfim, todas essas bebidas que são objetos de falsificação. Não vou me aventurar aqui nessa área porque não é minha praia, tá certo? No dia que começarem a falsificar Coca Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto”.Antes da entrevista, o governador reuniu o Gabinete de Crise montado para o enfrentamento dos casos de intoxicação por metanol. Estavam presentes representantes das pastas de Saúde, Segurança Pública, Justiça e Cidadania, Desenvolvimento Econômico, Fazenda e Planejamento.Também participaram representantes do ramo de bebidas, entre eles: Brown-Forman (Jack Daniel’s), Bacardi, Diageo (Johnnie Walker e Smirnoff), PernordRicard (Absolut) e Beam Suntory (Jim Beam).Os fabricantes deverão ajudar o governo do estado no treinamento de agentes públicos e comerciantes para a identificação de falsificações. Além das empresas, o governador deve se reunir com os setor de bares e restaurantes.InvestigaçõesDesde o início da última semana, o Brasil enfrenta um surto de intoxicações por metanol que já afeta 12 estados. Na terça-feira (30/9), a Polícia Federal (PF) começou a investigar os casos.As primeiras investigações apontam que quadrilhas especializadas em adulteração de bebidas alcoólicas podem estar por trás da crise. Há uma controvérsia, contudo, em relação ao envolvimento de facões criminosas.Na semana passada, o governador Tarcísio de Freitas negou existir evidências que apontem a possibilidade de participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos casos de adulteração.A Polícia Federal, contudo, ainda não descartou uma ligação com o crime organizado.Intoxicação por metanolDados deste domingo (5/10) do Ministério da Saúde apontam 225 casos de intoxicação por metanol no Brasil após ingestão de bebida alcoólica, entre investigados e confirmados.Em todo o país, são 16 casos confirmados e 209 em investigação. Do total de registros, segundo o último boletim do ministério, 192 são em São Paulo (14 confirmados e 178 em investigação).O estado também lidera o número de mortes, com nove casos — duas confirmadas na capital e sete investigadas. Dos óbitos ainda apurados, quatro são na cidade de São Paulo, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru, no interior paulista.