O designer Jony Ive e Sam Altman, CEO da OpenAI, estão encontrando dificuldades para tirar do papel o novo gadget de inteligência artificial que estão desenvolvendo em parceria. Segundo o Financial Times, a io — startup responsável pelo projeto — ainda precisa resolver questões fundamentais sobre o dispositivo, especialmente relacionadas à privacidade e à personalidade do assistente.Fontes próximas ao projeto revelaram alguns detalhes sobre o conceito do produto. O acessório não teria tela e teria dimensões próximas às de um smartphone comum, mantendo a portabilidade. As interações aconteceriam por meio de voz e câmera, com um alto-falante embutido para dar voz ao assistente virtual.Leia mais: AMD e OpenAI fecham acordo sobre venda de chips para data centers de IAJony Ive e Sam Altman trabalham juntos no novo dispositivo com IA. (Fonte: OpenAI/Reprodução)A proposta da OpenAI é criar um dispositivo acessível, mas não invasivo — uma espécie de “Siri melhorada”. A ideia é que o assistente seja capaz de compreender o contexto das conversas por voz e também interpretar elementos visuais captados pela câmera.No entanto, ainda existem dois desafios centrais para a equipe: como o dispositivo deve se comportar — ou seja, quando começar e encerrar uma conversa — e como garantir a privacidade do usuário, considerando que o gadget precisa estar sempre ativo para responder aos comandos.Ideia não é nada inéditaA ideia de um assistente de IA portátil e sempre presente não é inédita. Várias empresas já tentaram algo semelhante — e muitas falharam. Um dos casos mais emblemáticos é o do AI Pin, um acessório vestível que prometia ser um assistente pessoal inteligente, mas acabou se mostrando pouco prático e falhando em demonstrar utilidade real. Diferente dele, os protótipos da io não seriam presos na roupa, mas manteriam o foco em portabilidade e conveniência.Convencer o público a carregar mais um dispositivo é uma tarefa difícil. Antes de o celular se tornar indispensável, a cultura tecnológica passou por uma longa evolução — com diversas tentativas, erros e adaptações. Hoje, as grandes empresas de tecnologia preferem apostar em formatos que complementam o smartphone, como smartwatches, smartrings, smart speakers e smartglasses.Em dispositivos sem tela, mas com interação por voz, o padrão da indústria é usar comandos de ativação — como “Ok, Google”, “Ei, Alexa” ou “Ei, Siri”. Esse tipo de gatilho serve a dois propósitos: evita o processamento desnecessário de conversas e ajuda a proteger a privacidade do usuário. Assim, o microfone só é ativado e os dados só são processados quando o comando é proferido.O futuro do gadget de Ive e Altman ainda é incerto, mas o projeto representa mais um passo da OpenAI rumo à integração de suas tecnologias em dispositivos físicos — algo que pode redefinir a forma como interagimos com a inteligência artificial no dia a dia.Confira: US$ 500 bilhões: OpenAI se torna a startup mais valiosa do mundoQuer acompanhar as próximas inovações em IA e tecnologia? Continue de olho no TecMundo para saber tudo sobre os bastidores do projeto de Jony Ive e Sam Altman e as tendências que estão moldando o futuro dos assistentes inteligentes.