Senado rejeitou apenas 5 indicações para o STF até hoje

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Em 134 anos, o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou somente cinco indicações à Corte, que já teve 172 ministros.Todas elas aconteceram em 1894, durante o governo de Floriano Peixoto (1891-1894).Na última quinta-feira (9), com o anúncio da aposentadoria do então ministro Luís Roberto Barroso, foi aberta a janela de mais uma indicação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Leia Mais: Fim das sanções e tempo com o neto: o que pesou para Barroso deixar STF Barroso protagonizou embate histórico com Gilmar Mendes; relembre Randolfe cita Pacheco e Messias como possíveis sucessores de Barroso Entre os nomes cotados para a Corte hoje estão o ministro-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias; o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas e a presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Maria Elizabeth Rocha.Foi ministro, mas não aprovadoO caso mais emblemático é o do médico Cândido Barata Ribeiro, rejeitado pelos senadores quando já atuava como ministro do STF. À época, os escolhidos podiam assumir as funções antes de o Senado votar a indicação.Após dez meses julgando processos, Barata Ribeiro foi obrigado a deixar o casarão da Rua do Passeio, no Rio, onde os juízes do Supremo despachavam.O breve ministro hoje é mais conhecido por ser tio-avô do comediante Agildo Ribeiro e dar nome a uma rua de Copacabana. Seu currículo, no entanto, vai muito além.Barata Ribeiro foi uma das figuras mais influentes do país. Ele era médico-cirurgião e lecionava na Faculdade de Medicina do Rio. Foi expoente dos movimentos pelo fim da escravidão e da monarquia e, mais tarde, prefeito do Distrito Federal (o status do Rio após a queda de dom Pedro 2º).Floriano havia feito a nomeação aproveitando-se de uma brecha na lei. A Constituição de 1891 exigia dos ministros do STF “notável saber” — sem especificar o tipo de saber.Apesar dessas credenciais, os senadores concluíram que Barata Ribeiro não poderia ficar no STF. Motivo: ele não tinha formação jurídica.Outros rejeitadosDepois de Barata Ribeiro, Floriano indicou 11 nomes para o STF. O Senado rejeitou quatro. Dois deles também não tinham formação em Direito: Ewerton Quadros, general que havia sido decisivo para o fim da Revolução Federalista, e Demóstenes Lobo, diretor-geral dos Correios.Os outros recusados eram graduados em direito, mas não eram expoentes do mundo jurídico: o general Galvão de Queiroz e o subprocurador da República Antônio Seve Navarro.Nunca se souberam os motivos exatos que levaram o Senado a não aceitar as indicações, uma vez que as sessões eram secretas, e as atas se perderam. A divulgação do parecer sobre Barata Ribeiro foi exceção.*Com informações da Agência Senado