‘Mais do que nunca contamos com Trump’, diz Machado após ganhar Nobel da Paz

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A líder da oposição venezuelana, premiada com o Nobel da Paz, Maria Corina Machado, disse nesta sexta-feira (10) que seus compatriotas contam com os Estados Unidos para ajudar a alcançar a liberdade do regime autoritário do presidente Nicolás Maduro. “Este imenso reconhecimento da luta de todos os venezuelanos é um ímpeto para concluir nossa tarefa: alcançar a liberdade”, escreveu ela no X.“Hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos Estados Unidos, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia”, acrescentou.María Corina Machado – cérebro e coração da oposição na VenezuelaMuitos venezuelanos choram ao vê-la passar, outros correm para o veículo que a transporta e alguns a chamam inclusive de “libertadora”: vencedora do Prêmio Nobel da Paz e incansável opositora do governo, María Corina Machado desperta um sentimento quase religioso em seu país. “O que é isso? Não posso acreditar”, reagiu a figura da oposição em conversa com seu aliado Edmundo González ao saber da premiação. “Estou em choque!”, disse a política, que vive na clandestinidade.Vestindo jeans e camisa branca, Machado, nascida em Caracas há 58 anos, percorreu o país durante a campanha presidencial em 28 de julho de 2024, com uma mensagem de mudança após 25 anos de governos chavistas. Seus apoiadores destacam a sua “coerência”, sem meias medidas, e sua promessa de acabar com o socialismo da Revolução Bolivariana e abrir caminho para um sistema liberal.Nas primárias da oposição que antecederam as eleições de 28 de julho de 2024, Machado conquistou mais de 90% dos votos. No entanto, foi impedida de concorrer devido a uma polêmica inabilitação política e teve que ceder sua candidatura presidencial ao diplomata Edmundo González Urrutia, indicado de última hora. Mesmo assim, ela foi a força motriz da campanha opositora. Após a reeleição de Maduro para um terceiro mandato até 2031, ambos acusaram o presidente e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de fraude. “Expropriar é roubar”Engenheira de profissão e mãe de três filhos, Machado iniciou sua carreira política em 2002, quando fundou a organização Súmate, que promoveu um referendo para revogar o mandato do então presidente Hugo Chávez, falecido em 2013 em decorrência de um câncer. Ela foi eleita para o Parlamento, onde confrontou Chávez quando o presidente era intocável, quase um deus. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp “Expropriar é roubar”, disse a Chávez em seu relatório anual ao Parlamento em 2012. “Sugiro que você ganhe as primárias porque está fora da disputa para debater comigo”, retrucou o presidente. “Águia não caça moscas”. Uma década depois, especialistas comparam o fenômeno político de Machado à popularidade do próprio Chávez. Em outubro, ela consolidou sua posição como líder da oposição ao vencer as primárias, mas sua candidatura presidencial foi frustrada por uma proibição de 15 anos que a Suprema Corte ratificou.*Com informações da AFP  Leia também Nobel da Paz a María Corina Machado envia 'mensagem poderosa' de democracia, diz UE Nobel da Paz é concedido à venezuelana María Corina Machado