Parlamento da Espanha aprova embargo de armas a Israel para ‘frear o genocídio’ em Gaza

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O Congresso dos Deputados da Espanha aprovou nesta quarta-feira (8) um decreto-lei que impõe um embargo total à exportação e importação de armas e materiais de uso militar com Israel. A medida, defendida pelo presidente do governo, Pedro Sánchez, foi apresentada como uma forma de “frear o genocídio em Gaza”. O texto foi aprovado por 178 votos a favor e 169 contra, com apoio decisivo do partido de esquerda Podemos, que confirmou seu voto apenas horas antes da votação.“Este governo propôs um embargo ao governo do senhor Netanyahu para frear o genocídio em Gaza, e vocês vão votar contra”, afirmou Sánchez, dirigindo-se ao líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP), que se posicionou contra o decreto. Segundo o governo espanhol, o embargo já vinha sendo aplicado na prática desde outubro de 2023, e sua formalização faz parte de um pacote de medidas em defesa da população palestina. O texto proíbe todas as exportações e importações de material de defesa e tecnologias de uso militar entre Espanha e Israel, além de bloquear o trânsito de combustíveis de aviação com possíveis aplicações militares. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp O decreto também veta a publicidade de produtos oriundos de assentamentos israelenses considerados ilegais em Gaza e na Cisjordânia. Em casos excepcionais, o Conselho de Ministros poderá autorizar transações que sejam consideradas de “interesse nacional geral”. A decisão provocou novas tensões diplomáticas com Israel. A embaixada israelense em Madri classificou como “cínica e condenável” a escolha da data inicial da votação — 7 de outubro, aniversário do ataque do Hamas em 2023 —, que acabou adiada para esta quarta.A Espanha tem se destacado entre os países europeus por sua postura crítica à ofensiva militar israelense. Em 2024, o governo de Benjamin Netanyahu já havia retirado o embaixador de Tel Aviv após Madri reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. O texto aprovado afirma que a resposta de Israel aos ataques do Hamas “se converteu em um ataque indiscriminado contra a população palestina”, classificado por “a maioria dos especialistas como genocídio”. Leia também Hamas afirma que 'otimismo' prevalece nas negociações com Israel sobre cessar-fogo em Gaza Hamas diz estar se esforçando para remover obstáculos ao cessar-fogo com Israel *Com informações da AFP