Sem acordo, arrecadação da MP do IOF pode recuar para R$ 15 bi

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A arrecadação que o governo planejava com a aprovação da Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) deve cair para até R$ 15 bilhões em 2026 e 2027, embora a expectativa do Executivo fosse arrecadar R$ 35 bilhões nesses dois anos.O relator da medida, deputado Zarattini (PT-SP), reuniu-se na noite desta segunda-feira (6/10) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários.Segundo o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), não houve acordo com o restante do Congresso sobre o texto, que está previsto para votação nesta terça-feira (7/10). A proposta precisa ser votada no colegiado e nos plenários da Câmara e do Senado até quarta-feira (8/10), caso contrário perde o efeito. Leia também Brasil Prestes a vencer, MP do IOF tem impasses e não foi votada no Congresso Economia MP do IOF: secretário diz que governo repensa taxação de título isento Brasil Após aprovação do IR, Gleisi diz que foco do governo será MP do IOF Igor Gadelha Governistas veem “cautela” da oposição com MP do IOF Lindbergh afirmou que o governo teve que fazer “concessões” para aprovar a proposta, mas não detalhou o que seria cortado no texto.“Tem que votar amanhã, nem que depois tenha que fazer alguns ajustes, porque tem que votar em dois dias, no plenário da Câmara e no plenário do Senado. E o prejuízo é enorme, volto a falar, são 35 bi, é um impacto gigantesco. Eu confio muito que vai ter um acordo de forma que o governo não vai conseguir aprovar tudo, mas vai conseguir aprovar a maior parte do projeto”, disse o deputado a jornalistas depois da reunião.Pontos de embateA demora para votação se dá por conta do impasse com o agro, que cobrava a isenção do Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). A proposta inicial do Ministério da Fazenda previa um aumento de 5% de imposto sobre os rendimentos desses investimentos. O relator da MP chegou a estudar aumentar para 7,5%, irritando ainda mais o segmento.Outro ponto de disputa é o aumento de imposto sobre as casas de apostas on-line. Hoje elas pagam 12% sobre o faturamento, e a proposta é subir para 18%. O governo diz que o setor cresce rápido e pode contribuir mais para a arrecadação. Já as empresas afirmam que a alta pode empurrar plataformas para fora do Brasil.Esses investimentos são oferecidos pelos bancos como forma de captar dinheiro para financiar o agronegócio e o setor imobiliário. A isenção sempre foi o grande atrativo, e o setor teme que o mercado encolha se o imposto for aprovado.