Transição energética deveria ser ensinada nas escolas, defende especialista

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A transição energética consiste na mudança de sistemas baseados em combustíveis fósseis para um modelo mais sustentável, priorizando fontes renováveis como solar e eólica. Este processo é considerado fundamental para combater as mudanças climáticas.No entanto, essa importante alteração não depende apenas de infraestrutura ou inovação tecnológica. Ela exige também compreensão, engajamento e uma mudança de comportamento da sociedade, o que começa pela educação das pessoas.Maior conhecimento pode ser fundamental na luta contra as mudanças climáticas (Imagem: Aphelleon/Shutterstock)Brasileiros precisam ser capazes de tomar decisões conscientesEm artigo publicado no portal The Conversation, o professor Alexandre Beluco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defende que ensinar o uso racional da energia é formar cidadãos capazes de tomar decisões conscientes sobre consumo, sustentabilidade e justiça social.Quando a energia “mora na vizinhança”, diz o pesquisador, ela deixa de ser um serviço invisível e passa a ser um instrumento de educação, cidadania e decisão coletiva. Dessa forma, a descentralização da geração elétrica pode impulsionar uma transição energética mais justa, participativa e enraizada nos vínculos locais.Os benefícios dessa mudança são gigantescos, ainda mais em um país com tamanho potencial na geração de energia limpa.Leia maisMolécula orgânica inédita pode transformar energia solarEstudo revela que custo da energia solar caiu 99% desde a década de 1970Megausina solar confirma protagonismo do Brasil em energia limpaBrasil pode liderar transição energética no mundo (Imagem: tigerstrawberry/iStock)Transição energética não pode ser impostaAlexandre Beluco afirma que quando bairros, escolas e associações locais passam a gerar e gerenciar sua própria eletricidade, o sistema deixa de ser opaco e distante. Ele se torna visível, compreensível e, acima de tudo, compartilhado. Ele cita que projetos como Procel Educação, da Eletrobras, e Energia que Transforma, do Instituto Ideal, mostraram que escolas públicas podem ser espaços estratégicos para essa formação. Quando alunos aprendem sobre eficiência energética, fontes renováveis e impactos ambientais, eles não apenas mudam hábitos — eles influenciam suas famílias, seus bairros e suas comunidades. A energia, nesse contexto, deixa de ser um conceito abstrato (e se afasta também de interpretações míticas) e passa a ser parte da vida cotidiana. É nesse encontro entre conhecimento e território que se constrói uma “cidadania energética”: ativa, crítica e comprometida com o futuro.Alexandre Beluco, professor da UFRGSAssunto deveria ser ensinado nas escolas, segundo especialista (Imagem: hxdbzxy/Shutterstock)O pesquisador observa que isso significa alunos que monitoram o consumo da escola, moradores que discutem eficiência energética em assembleias, vizinhos que decidem juntos sobre investimentos em infraestrutura. A energia, nesse contexto, vira assunto público. E a descentralização se revela como uma ferramenta de formação cidadã, capaz de fortalecer vínculos, ampliar o protagonismo local e democratizar decisões que antes estavam restritas a poucos.Quanto mais próximo o consumidor estiver da lógica do sistema, maior será sua capacidade de contribuir para o equilíbrio e a eficiência. A descentralização, nesse sentido, não é só uma questão técnica: ela é pedagógica. Ao popularizar conceitos como geração distribuída, prosumidor, eficiência energética e comunidades energéticas, criamos condições para que a sociedade participe ativamente da transição. É no consumo consciente, na gestão local e na apropriação dos saberes energéticos que as energias renováveis encontram sua verdadeira potência. Alexandre Beluco, professor da UFRGSO post Transição energética deveria ser ensinada nas escolas, defende especialista apareceu primeiro em Olhar Digital.