A Ilha da Trindade fica a cerca de 1.200 quilômetros de distância da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, e é o arquipélago brasileiro mais distante da nossa costa. O local é uma Área de Proteção Ambiental (APA), abrigando uma grande biodiversidade.Um dos exemplos disso são os corais Palythoa caribaeorum e Zoanthus puchellus. Eles são encontrados em piscinas naturais em uma das praias da ilha e também no fundo do mar de Trindade. E, de acordo com um estudo, podem ajudar a combater o câncer.Substância gerada por coral brasileiro é foco de estudo (Imagem: divulgação/USP)Organismos produzem substâncias que podem ser usadas pela medicinaSegundo uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Programa Ecológico de Longa Duração nas Ilhas Oceânicas (PELD-ILOC), substâncias produzidas pelos corais podem combater células cancerígenas.Estamos falando das cromomicinas, que são testadas em ratos para a criação de um novo medicamento para tratamentos quimioterápicos. Os cientistas explicam que elas surgem como parte do mecanismo de defesa desses corais, que vivem em um ecossistema especial.Em outras palavras, estes químicos são gerados como uma forma desses organismos se protegerem dos estresses do ambiente.As informações são do G1.Leia maisPróteses de rosto gratuitas mudam a vida de pacientes com câncerExcesso de gordura acelera progressão do câncer de endométrioComputação quântica ajuda no diagnóstico de câncer de mamaCromomicinas se mostraram eficazes contra alguns tumores (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)Esperança contra melanoma, sarcoma e câncer de mamaOs pesquisadores coletam pequenos pedaços e levam o material para a Estação Científica da Ilha da Trindade. Lá, ele fica congelado em geladeiras até a viagem para o continente, onde seu destino é o laboratório da USP. O próximo passo é isolar as bactérias extraídas dos organismos marinhos. Um extrato de substâncias químicas, então, é feito e testado em células tumorais. Quando identificada a capacidade de matar essas células, o material é imobilizado em uma resina. A substância analisada no estudo se mostrou mais eficaz em tumores como melanoma, sarcoma e câncer de mama. Atualmente os pesquisadores realizam testes em animais para identificar possíveis efeitos colaterais do produto.Composto pode ser usado no tratamento do câncer de mama (Imagem: ORION PRODUCTION/Shutterstock)Elas se ligam ao DNA, impedindo que as células de câncer de multipliquem, o que dispara um mecanismo natural de morte daquela célula. Apesar de promissora, o caminho para desenvolvimento de um novo medicamento não é rápido, simples e nem barato. Muitas etapas são necessárias para que uma molécula natural, como o caso desta e outras que identificamos na natureza, sejam desenvolvidas em protótipos e, finalmente, em fármacos eficazes utilizados com segurança na saúde humana.Bianca Del Bianco Sahm, pesquisadora da USPA expectativa é que os testes em humanos só sejam possíveis em cerca de 15 anos. Depois que for comprovada a segurança e eficácia do composto, o objetivo é encontrar parceiros da indústria farmacêutica ou órgãos governamentais para desenvolver o medicamento.O post Corais de arquipélago brasileiro podem ajudar no tratamento contra o câncer apareceu primeiro em Olhar Digital.