Os mercados ainda devem repercutir, nesta sexta-feira (10), os efeitos combinados da queda da Medida Provisória (MP) 1.303 no Congresso e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, que veio abaixo do esperado. Na véspera, o Ibovespa chegou a abrir em alta e o dólar em queda, mas o movimento se inverteu ao longo do dia, refletindo cautela com o cenário fiscal.Economistas do C6 Bank e da Suno Research alertaram para o risco de revisão da meta, enquanto o Goldman Sachs apontou o alívio para fintechs e bancos com a derrubada da MP. O IPCA benigno chegou a animar o mercado, levando a XP Investimentos a reduzir sua projeção para este ano. Porém, declarações do Banco Central (BC) indicando a taxa Selic em 15% por mais tempo esfriaram o ânimo.Em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, às 10h, em São Paulo, da cerimônia de anúncio do novo modelo de crédito imobiliário, promovida pela Presidência da República. O evento, aberto à imprensa, contará também com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, entre outras autoridades.No exterior, tensões políticas no Japão e na França e o fortalecimento global do dólar aumentaram a pressão sobre o real e os ativos locais. Nesta sexta, os investidores também devem reagir à decisão do governo de Israel, que aprovou na véspera o acordo firmado com o grupo terrorista Hamas para encerrar, após dois anos e dois dias, a guerra na Faixa de Gaza.Com uma agenda enxuta, o destaque hoje no cenário doméstico é a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto, que mede a variação dos preços na porta das fábricas e serve como sinalizador das pressões de custos sobre a indústria. O dado ajuda o mercado a avaliar tendências futuras para a inflação ao consumidor.Nos Estados Unidos, sai o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan, referente à prévia de outubro. Às 10h45, o presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, participa de um simpósio. Mais tarde, às 13h30, o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, participa de um evento.Quer ficar bem informado? Acesse o canal do InfoMoney no WhatsAppO que vai mexer com o mercado nesta sextaAgendaBrasil9h – Índice de Preço ao Produtor (agosto) EUA11h – Confiança do consumidor (outubro)INTERNACIONALLeia tambémFuturos dos EUA sobem em meio a impasse sobre shutdown e expectativa por balançosInvestidores se preparam para o início oficial da temporada de balanços em Wall Street na próxima semanaSenado dos EUA rejeita, pela sétima vez, proposta para encerrar shutdownPresidente Donald Trump que os democratas “não querem o bem” dos Estados UnidosNobel da PazO Prêmio Nobel da Paz foi concedido nesta sexta-feira (10) à política venezuelana María Corina Machado.Israel e HamasO governo de Israel aprovou na quinta-feira (9) o acordo com o grupo terrorista Hamas para encerrar, após dois anos e dois dias, a guerra na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmou que o país está prestes a garantir o retorno dos reféns em poder da facção. O cessar-fogo entrou em vigor imediatamente, e as tropas israelenses têm 24 horas para iniciar o recuo, enquanto o Hamas terá 72 horas para libertar os sequestrados.Saudações ao acordoO Brasil saudou o acordo entre Israel e o grupo terrorista Hamas para a primeira fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores reconheceu o papel dos Estados Unidos e parabenizou a atuação dos mediadores Qatar, Egito e Turquia. O Itamaraty afirmou ainda que o governo brasileiro vê o pacto como um passo essencial para interromper os ataques, os deslocamentos forçados e a destruição em Gaza, ressaltando sua importância humanitária e o alívio que pode trazer à população civil.Celebrações pelo mundoA aprovação do acordo para o fim da guerra na Faixa de Gaza foi celebrada por líderes mundiais reunidos em Paris para discutir sua implementação. O presidente francês, Emmanuel Macron, chamou o pacto de “passo histórico” e elogiou o empenho do presidente americano, Donald Trump. Também manifestaram apoio o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o líder egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, que convidou Trump para a cerimônia de assinatura do tratado.Socorro dos EUA à ArgentinaApós uma viagem da equipe econômica argentina a Washington, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou na quinta-feira (9) a compra direta de pesos argentinos e um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões (R$ 107 bilhões) com o Banco Central da Argentina (BCRA). A medida visa apoiar o regime de flutuação em bandas adotado pelo governo de Javier Milei e estabilizar o mercado cambial antes das eleições legislativas de 26 de outubro. ECONOMIAReformas de imóveisO governo federal lançou uma linha de crédito de R$ 5 mil a R$ 30 mil para reformas de casas próprias, com juros de 1,17% a 1,95% ao mês, segundo portaria do Ministério das Cidades publicada na quinta-feira (9). Os recursos poderão ser usados para materiais, mão de obra e acompanhamento técnico, e o valor da parcela não poderá ultrapassar 25% da renda familiar. O programa prevê até R$ 30 bilhões em empréstimos até 2026, financiados pelo Fundo Social do Pré-Sal, com prioridade para famílias de baixa renda.Valorização do realO diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton José David, afirmou na quinta-feira (9) que a valorização do real neste ano se deve metade à força da própria moeda e metade ao enfraquecimento do dólar. Desde o início do ano, a divisa americana caiu cerca de 13% ante o real, após alta de 27% em 2024. David destacou ainda que as reservas internacionais do Brasil estão em nível “bastante razoável” e cresceram quase 10% este ano, sem necessidade de compras de dólares.Após ataques cibernéticosO Banco Central alterou seu regimento interno para acelerar a aplicação de medidas preventivas contra instituições financeiras que descumpram normas, incluindo multas e suspensão de serviços como Pix. A mudança, implementada na última sexta-feira (3), transfere parte da competência ao Departamento de Supervisão de Conduta, permitindo respostas mais rápidas em casos emergenciais, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. A iniciativa ocorre após ataques cibernéticos que desviaram cerca de R$ 1,5 bilhão do sistema financeiro, reforçando a segurança e o controle sobre fraudes.POLÍTICAQuestão de diasO presidente Lula criticou a decisão da Câmara que retirou de pauta a MP 1.303, que visava tributar os “super-ricos”, durante a inauguração da fábrica da BYD em Camaçari (BA). Segundo ele, parte do Congresso votou contra a taxação de bilionários, mas a cobrança será questão de dias, com o apoio da classe trabalhadora. Lula afirmou que o povo não aceitará a derrota e que ricos terão de pagar o imposto devido. Recompor receitasA ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o governo precisará recompor receitas para fechar o Orçamento. Ela disse não saber ainda quais medidas o Ministério da Fazenda apresentará, mas garantiu que “vai dar certo”. Viagem canceladaHaddad cancelou a viagem aos EUA na próxima semana após a derrota do governo Lula na Câmara sobre a MP de aumento de impostos. Ele será representado em Washington pela secretária Tatiana Rosito nas reuniões do FMI, Banco Mundial e G20. Haddad permanecerá no Brasil cumprindo agendas oficiais enquanto o governo busca alternativas à medida provisória perdida.Taxação das betsO PT protocolou projeto para elevar a tributação das casas de apostas de 12% para 24%, reforçando sua estratégia de taxar bets, bancos e bilionários. A medida estava prevista na MP de aumento de impostos, mas havia sido retirada na tentativa de acordo com o centrão. O projeto destina 12% da arrecadação para a saúde e cita consumo e vício em apostas como justificativa.O favorito em 2026Lula (PT) lidera todos os cenários de segundo turno para 2026: venceria Tarcísio (45% a 33%), Jair Bolsonaro (46% a 36%), Eduardo Bolsonaro (46% a 31%), Michelle Bolsonaro (46% a 34%), Ciro Gomes (41% a 32%), Ratinho Jr. (44% a 31%), Romeu Zema (47% a 32%), Ronaldo Caiado (46% a 31%) e Eduardo Leite (45% a 22%). Entre os bolsonaristas, 52% querem que Bolsonaro continue, 47% que passe o bastão; Eduardo Bolsonaro é o mais rejeitado, com 68% dizendo que não votariam nele.Mais confusãoA CPI do INSS teve novo tumulto na quinta-feira (9), com deputados e advogados gritando e apontando dedos durante o depoimento de Milton Batista Souza Filho, presidente do Sindnapi, sindicato investigado e com ligação familiar ao presidente Lula.O bolsonarista Maurício Marcon acusou o depoente de possível prisão por “limpar a barra do irmão de Lula”, gerando protestos dos advogados Bruno Borragine e Paulo Roberto Petri da Silva, enquanto deputados também se exaltaram.O presidente da CPI, senador Carlos Viana, conseguiu retomar a ordem e permitir que Marcon encerrasse sua fala, mas a reunião teve episódios semelhantes aos de setembro, quando outro depoente e advogados também se enfrentaram.CorporativoAmbipar (AMBP3)A B3 anunciou que a Ambipar será excluída de nove índices e não terá renovada a certificação de ações verdes, após quedas recentes e preocupações com liquidez e governança.A decisão vale a partir do fechamento de 15 de outubro, com redistribuição proporcional das ações nos índices, e segue regras da Bolsa para preservar integridade e representatividade dos ativos.A empresa enfrenta riscos financeiros e judiciais, incluindo medidas cautelares contra cláusulas de vencimento cruzado, que já provocaram queda de 93% nas ações, apesar de alta recente de 26,5%.(Com Agência Brasil, Reuters, Estadão Conteúdo)The post Lula, Haddad e Galípolo em evento em SP; PPI, confiança do consumidor nos EUA e mais appeared first on InfoMoney.