O Palácio do Planalto aposta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidirá de forma rápida o nome do substituto do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Auxiliares presidenciais afirmam que Lula deverá se dedicar mais ao tema no retorno da viagem da Itália, na próxima terça-feira, onde participará do Fórum Internacional da Alimentação.A tendência, segundo esses interlocutores, é que Lula tome sua decisão de forma mais célere do que nos momentos em que optou pelos dois primeiros indicados deste mandato, Cristiano Zanin e Flávio Dino, devido à proximidade com período eleitoral e ao ambiente conturbado no Congresso, cada vez mais influenciado pela campanha de 2026.Lula também buscará o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para costurar apoio ao seu escolhido. O movimento foi feito na ocasião em que Dino foi escolhido, no final de 2023. Na época, Lula levou seu então ministro da Justiça para pedir ajuda ao senador na chancela do escolhido para a vaga de Rosa Weber. O Planalto depende de apoio do Senado para aprovar o nome que Lula indicar à Corte. Além de ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, precisa ser aprovado pelo plenário da Casa, onde são necessários, pelo menos, 41 votos.Barroso anunciou nesta quinta-feira a aposentadoria antecipada da Corte. O magistrado já vinha dando sinais de que deixaria a Corte, o que já despertou as articulações em torno da sucessão. A saída estava prevista apenas para 2033, quando Barroso completará 75 anos.A escolha mais demorada para a Corte nos três mandatos de Lula foi a de Dino para a vaga da ministra Rosa Weber, efetivada em 27 de novembro de 2023. Foram 59 dias de indecisão. Já no primeiro semestre de 2023, Lula levou 51 dias até anunciar seu ex-advogado, Cristiano Zanin, para o STF na vaga deixada por Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça. Lula escolhia ministros de forma mais ágil nos dois primeiros mandatos (2003-2006 e 2007-2010), quando a decisão ocorria, em média, em duas semanas após a abertura da vaga.Os cotadosO ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, larga na frente, na avaliação do entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ficar com a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Já Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem apoio da cúpula do Senado e de alguns ministros da Corte, que devem tentar influenciar na escolha junto do petista. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas também está no páreo.Messias também era cotado para a vaga que acabou ficando com Dino, escolhido em novembro de 2023 em substituição a Rosa Weber. A avaliação no entorno do presidente foi que o advogado-geral da União reagiu mal ao fato de ser preterido.Ao longo do ano passado, esse comportamento irritou Lula, e aliados chegaram a afirmar que Messias não teria possibilidade de ser escolhido para uma eventual outra vaga na Corte.Porém, nos últimos meses, o advogado-geral da União reconquistou a boa relação com Lula. O ministro da AGU teve atuação na crise do INSS e também na contratação de escritório de advocacia nos Estados Unidos para contestar as tarifas impostas por Donald Trump.O atual advogado-geral da União possui uma ligação antiga com o PT, mesmo não sendo filiado ao partido. No governo Dilma Rousseff, ele foi subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil. Seu nome tem apoio de ministros do Palácio do Planalto.Além disso, Messias é evangélico da Igreja Batista, o que pode indicar uma sinalização de Lula a essa parcela da população, que, em geral, tem maior rejeição ao PT. O advogado-geral da União é o principal interlocutor do presidente com esse segmento e o representou na Marcha Para Jesus, realizada em junho em São Paulo, nos últimos três anos. Também tem bom trânsito político e relações com ministros do Supremo.Interlocutores do Planalto ponderam, no entanto, que é necessário o aval do Senado e que haverá uma conversa com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).Nesse cenário, surge com fôlego o nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aliado de Alcolumbre e com bom trânsito na Casa. O ministro Gilmar Mendes também já defendeu publicamente a nomeação de Pacheco à Corte.Aliados dizem que Lula gosta de Pacheco, assim como de Bruno Dantas. Uma hipótese seria indicar o ministro do TCU, que tem apoio de parte do MDB, para o Supremo e o senador para a sua vaga na Corte de Contas, contemplando os dois.Interlocutores de Dantas ressaltam que ele mantém contato com Lula, mesmo após ter deixado a presidência do TCU e também apontam para algumas decisões dadas por ele no Tribunal consideradas decisivas para o governo, como a que liberou R$ 6 bilhões em recursos para o programa “Pé-de-meia”.The post Planalto mira decisão rápida para vaga no STF e conversa com Alcolumbre por apoio appeared first on InfoMoney.