Conselho de Ética investiga deputados por bloqueio da Mesa e ataques a Hugo Motta

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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu nesta terça-feira (7) três processos disciplinares contra parlamentares da oposição bolsonarista por envolvimento no motim que paralisou o plenário em agosto, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).A manifestação ocupou os plenários do Congresso por cerca de dois dias. Na Câmara, parlamentares chegaram a tentar impedir o início da sessão, bloqueando o caminho e a cadeira do presidente da Casa, Hugo Mota (Republicanos-PB).Os alvos são Marcos Pollon (PL-MS), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC). Leia tambémLula e Trump avançam no diálogo; veja os próximos passos da negociaçãoApós conversa por telefone, líderes sinalizam reaproximação; Marco Rubio será o interlocutor americano nas negociações com o BrasilPor que Fufuca e Sabino se tornaram peças-chave para Lula no CentrãoMesmo sob ameaça de expulsão de seus partidos, ministros resistem no cargo e reforçam seu papel como ponte política do governo com blocos conservadores no CongressoCom a instauração dos processos, o presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União-PR), deu início ao sorteio das listas tríplices para definir os relatores. A escolha final deve ocorrer até sexta-feira.De acordo com parecer da Corregedoria da Câmara, Pollon enfrenta a acusação mais grave e pode ser suspenso por até 120 dias: 90 dias por ataques à Presidência da Casa e 30 por bloquear fisicamente o acesso de Motta à Mesa Diretora.Van Hattem e Zé Trovão podem receber suspensão de 30 dias cada. Outros 11 deputados que participaram dos atos, entre eles Bia Kicis (PL-DF), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), devem receber apenas censura escrita, punição mais branda prevista no Código de Ética.A invasão e ocupação da Mesa Diretora foi uma das ações de pressão mais contundentes da ala bolsonarista, que cobrava a tramitação da anistia aos condenados do 8 de Janeiro e da PEC da Blindagem.Nos bastidores, líderes partidários articulam mudanças no Regimento Interno e no Código de Ética, para endurecer penalidades em casos de obstrução física, empurrões e invasões. O projeto de resolução, contudo, ainda não foi votado.Marcos PollonConsiderado o mais grave entre os envolvidos, Pollon foi acusado de impedir o presidente da Câmara de exercer suas prerrogativas. O corregedor citou episódios em que o deputado teria insultado Motta, chamando-o de “baixinho de um metro e sessenta”, gesto classificado como “ato de afronta à dignidade da Casa”.Por integrar o próprio Conselho de Ética, Pollon poderá ser afastado temporariamente do colegiado até a conclusão do processo.Van Hattem e Zé TrovãoO relatório da Corregedoria afirma que Marcel Van Hattem ocupou indevidamente a cadeira da Presidência, o que impediu a condução regular das sessões legislativas. O parecer descreve a conduta como “singular e condenável”, afirmando que tolerá-la seria “renunciar ao mínimo de decoro indispensável à sobrevivência da Câmara”.Van Hattem alega que apenas demonstrou solidariedade aos colegas em protesto e nega ter impedido os trabalhos.Já Zé Trovão foi acusado de bloquear a escadaria de acesso à Mesa Diretora, o que teria constrangido o presidente da Câmara diante das câmeras. O relatório conclui que o episódio “maculou a honra objetiva da instituição” e gerou “impacto simbólico além do desconforto pessoal” de Motta.The post Conselho de Ética investiga deputados por bloqueio da Mesa e ataques a Hugo Motta appeared first on InfoMoney.