Plataformas de streaming como Netflix, HBO Max, Prime Video e YouTube não poderão exibir anúncios com volume mais alto do que o programa em reprodução para usuários que vivem no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. A determinação está em uma lei promulgada na segunda-feira (6).A nova regra é uma atualização da Lei de Mitigação de Volume de Anúncios Comerciais que já impõe restrições quanto aos comerciais barulhentos nos canais de TV, em todo o país, mas não se aplicava às plataformas online. Inicialmente, ela valerá apenas no território californiano.Muitos telespectadores se assustam com a diferença entre o volume dos programas e dos anúncios. (Imagem: Milan Markovic/Getty Images)Pais irritados inspiraram projetoApresentado em fevereiro pelo senador Tom Umberg, o projeto de lei que proíbe anúncios com volume mais alto do que os programas no streaming surgiu após um assessor do congressista comentar sobre o barulho da TV. De acordo com ele, a mudança no nível do áudio perturbava o sono de sua filha recém-nascida.Tal reclamação é comum nos EUA, com muitas pessoas se queixando que os anúncios têm volume muito mais alto do que o conteúdo reproduzido;Durante a exibição de um filme ou documentário, por exemplo, a reprodução é interrompida para a entrada de um comercial em que atores aparecem gritando, exigindo que o telespectador diminua o volume pelo controle;“Este projeto de lei foi inspirado pela bebê Samantha e por todos os pais exaustos que finalmente conseguiram colocar um bebê para dormir, só para ver um anúncio de streaming estridente arruinar todo aquele trabalho árduo”, comentou Umberg;Ainda conforme o senador, os pais agora terão “paz e tranquilidade” para ver seus programas favoritos sem se preocuparem com a mudança repentina de volume.Representando a Paramount, Universal, Sony, Netflix, Disney, Amazon MGM Studios e Warner Bros. Discovery, a Motion Picture Association se manifestou contrária ao projeto. A entidade afirmou que a indústria trabalhava para se adaptar à lei em vigor desde 2012 para as emissoras de TV.Dessa forma, considerou a iniciativa desnecessária, alegando que plataformas de streaming têm feito esforços para ajustar o volume dos anúncios, adaptando-os ao nível do áudio dos programas em reprodução.O volume alto dos comerciais atrapalha o sono dos bebês, de acordo com os pais. (Imagem: rudi_suardi/Getty Images)Quando entrará em vigor?Assinada pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, a lei que proíbe comerciais com volume mais alto nas plataformas de streaming entrará em vigor a partir do dia 1º de julho de 2026, atualizando a antiga legislação na esfera estadual.“Ouvimos os californianos em alto e bom som, e o que está claro é que eles não querem comerciais em um volume mais alto do que o nível em que eles estavam assistindo ao programa anteriormente”, disse Newsom, ao sancionar o projeto.Como o estado é a sede de muitas dessas empresas, entre as quais YouTube e Netflix, especula-se que a norma possa estabelecer um novo padrão nacional, em breve. Assim, não deve demorar para que uma lei mais ampla, válida em todo o país, seja criada.Gostou do conteúdo? Siga acompanhando as notícias no TecMundo e compartilhe-as com os amigos nas redes sociais.