O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para apurar possíveis irregularidades no uso da Lei Rouanet em um evento com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP).O evento em questão é o Festival Cultura e Direitos, realizado em 1º de maio de 2024, em São Paulo, durante o período da pré-campanha de Boulos na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Ele foi organizado pela Veredas Gestão Cultural. Leia também Brasil Juiz manda Bolsonaro pagar honorários de advogado de Boulos Igor Gadelha Ida de Boulos para governo abre disputa no PSol por vaga na Câmara Igor Gadelha Boulos avisa a aliados que irá para o governo Lula Brasil Bancada do PSol já foi avisada que Boulos se tornará ministro em breve O pedido de investigação partiu do ministro Benjamin Zymler, relator do caso, após representação do Partido Novo. Em sua decisão, Zymler determinou diligências ao Ministério da Cultura, à Funarte, à Petrobras e à Veredas Gestão Cultural, além de solicitar uma análise técnica para apurar o caso.No documento, o ministro afirma que, “entre as irregularidades apontadas, em resumo, consta suposto desvio de finalidade, porque o evento, aprovado como espetáculo musical voltado à celebração do Dia do Trabalhador e à valorização do samba, teria se transformado em ato político-partidário”.A Petrobras teria sido a principal responsável por patrocinar o evento. Procurada pelo Metrópoles, a petroleira informou que o patrocínio está alinhado à estratégia da companhia de reforçar a imagem como apoiadora da cultura brasileira, e que seguiu todos os critérios legais.“O patrocínio passou por rigorosa análise técnica e sua aprovação obedeceu a todos os trâmites previstos, incluindo as regras de governança internas da companhia, bem como normas externas à Petrobras. Os aportes financeiros foram realizados conforme estabelecido contratualmente”, explicou.A reportagem do Metrópoles também procurou o Ministério da Cultura, a Funarte e a Veredas Gestão Cultural, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.De acordo com o despacho, as instituições citadas terão 15 dias para apresentar as informações e documentos requisitados.