Em decisão tomada nesta sexta-feira (10/10), o ministro Alexandre de Moraes reviu sua posição e devolveu ao advogado a defesa do ex-assessor internacional da Presidência, Felipe Martins, após forte intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade havia se manifestado publicamente contra a destituição, classificando o ato como grave violação às prerrogativas da advocacia e um perigoso precedente para o direito de defesa. A pressão institucional surtiu efeito imediato, restabelecendo o advogado ao processo e reacendendo o debate sobre os limites da atuação do Supremo em casos de alta repercussão política.O pano de fundo desse acontecimento envolve a alegação de que a defesa de Martins não teria protocolado suas alegações finais dentro do prazo estabelecido no processo do “golpe”. Contudo, tanto Martins quanto sua equipe jurídica negam tais acusações, afirmando que sempre atuaram dentro dos prazos estipulados e de maneira legal, visando manter o equilíbrio e o direito ao contraditório no processo.Quais os impactos da decisão de Moraes?Alexandre de Moraes – Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência BrasilA decisão de Moraes oferece um fôlego significativo para a defesa de Filipe Martins. O ministro concedeu um prazo adicional de 24 horas para que a defesa apresente as alegações finais. Além disso, determinou que a Secretaria Judicial do STF certifique o término deste prazo no dia 11 de outubro, contados a partir da publicação oficial no portal do STF. Essa medida se torna ainda mais significativa ao considerar-se a comunicação feita à Procuradoria-Geral da República, que foi devidamente informada sobre a mudança de decisão.Na petição, Martins destacou que nem ele, nem seus advogados, cometeram abusos em relação aos prazos ou tentaram frear o andamento do processo. Em suas palavras, ele argumentou que sua destituição foi arbitrária e não respeitou o princípio do contraditório, essencial em um estado democrático de direitos.Quais as reações à decisão?Filipe Martins – Foto: Reprodução/Facebook/SenadoA decisão de Alexandre de Moraes foi recebida com reações mistas. Por um lado, ela reforça o papel do STF como uma entidade que garante a justiça e a equidade processual. Por outro, levanta questões sobre a gestão dos prazos processuais e a comunicação entre advogados e o Supremo. Martins refutou qualquer sugestão de abandono de causa por parte de sua defesa, sublinhando que as ações de seus advogados sempre respeitaram a legalidade e as regras vigentes.Para a defesa de Martins, restabelecer a confiança entre as partes do processo e garantir que os direitos de defesa sejam totalmente respeitados são aspectos fundamentais. O argumento central é que, em um regime democrático, a escolha do defensor é um direito inalienável, reconhecido amplamente tanto pelo STF quanto pelo Superior Tribunal de Justiça.Quais os próximos passos para Filipe Martins?O futuro do processo de Filipe Martins agora depende muito das próximas ações de sua defesa e da forma como a Procuradoria-Geral da República reagirá à decisão de Moraes. Com a suspensão da decisão de destituição, a defesa terá uma nova chance de apresentar suas alegações finais, buscando evitar qualquer recriminação futura sobre o cumprimento de prazos e direitos processuais.Esse cenário destaca a importância da comunicação eficaz entre advogados, seus representados e o tribunal. Além disso, reforça o valor dos mecanismos de cheque e equilíbrio em processos judiciais complexos, assegurando que cada parte tenha uma oportunidade justa de apresentar sua defesa dentro dos parâmetros legais estabelecidos. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Jeffrey Chiquini (@jeffreychiquini)FAQ sobre Filipe MartinsPor que a defesa de Filipe Martins foi destituída inicialmente? A defesa de Filipe Martins foi destituída com base em alegações de “litigância de má-fé” e o não cumprimento dos prazos legais para o protocolo das alegações finais no processo conhecido como “golpe”. Contudo, esta decisão foi posteriormente suspensa.Qual foi o argumento central de Martins contra sua destituição? Filipe Martins alegou que a destituição foi uma decisão abusiva, tomada sem seu conhecimento e sem o devido processo contraditório, violando seu direito de escolha de defesa, um princípio estabelecido no regime democrático.O que significou a suspensão da destituição para o caso? A suspensão temporária da destituição permitiu à defesa de Martins apresentar suas alegações finais, realinhando o processo com as normas de equidade e justiça processual do STF.Como o STF assegura os direitos de defesa no Brasil? O STF garante os direitos de defesa ao respeitar o contraditório e a paridade de armas entre as partes envolvidas, permitindo que cada lado apresente suas provas e argumentos de forma justa e dentro dos prazos estipulados.O post Moraes devolve defesa a advogado de Filipe Martins após intervenção da OAB apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.