Dólar sobe e Bolsa cai com avanço do temor fiscal no Brasil e no mundo

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Nesta quinta-feira (9/10), o dólar à vista registrou alta de 0,58% frente ao real, cotado a R$ 5,37. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em queda de 0,31%, aos 141.708 pontos.Os mercados de câmbio e ações foram afetados por um recrudescimento do temor sobre questões fiscais (que tratam da relação entre receitas e despesas dos governos) tanto no Brasil como no mundo. Esse tipo de ameaça reduziu o apetite dos investidores por risco. Leia também Negócios Dólar passa a subir com IPCA, Lula, Powell e acordo em Gaza. Bolsa cai Negócios Dólar cai e Bolsa sobe apesar do IOF e da “tarifa zero” no transporte Negócios Dólar anda de lado e Bolsa sobe com Lula, MP do IOF e ata do Fed Negócios Dólar sobe e Bolsa afunda com MP do IOF e “tarifa zero” no transporte No cenário externo, o dólar também se fortaleceu, com o aumento das preocupações fiscais na França e no Japão. Entre os franceses, uma crise política emergiu depois da renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, na terça-feira (7/10). As críticas ao presidente Emmanuel Macron aumentaram, em meio a pressões pela convocação de eleições legislativas.No Japão, o temor em torno das contas públicas aumentou nesta quinta-feira. Isso depois que a futura primeira-ministra do país, Sanae Takaichi, a nova líder do partido governista PLD, disse que política monetária deveria estar alinhada à política econômica do governo.MP do IOFNo Brasil, os investidores repercutiram a queda da Medida Provisória (MP) 1.303, editada como alternativa ao aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Ela foi retirada da pauta de votação da Câmara no fim da tarde de quarta-feira (8/10), por 251 votos contra 193. O governo federal estima que a decisão dos parlamentares provocará um rombo de R$ 42,3 bilhões nas contas públicas até 2026.Inflação moderadaO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou nesta quinta-feira o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registra a inflação oficial no país. Ele subiu 0,48% em setembro, ante deflação de 0,11% em agosto. No acumulado de um ano até setembro, o IPCA teve alta de 5,17%.Os números, porém, vieram um pouco abaixo do esperado por analistas. As projeções indicavam uma alta de 0,52% em setembro, o que resultaria em um acumulado de 5,22% em 12 meses.Ritmo globalNa avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o dólar voltou a subir frente ao real, acompanhando o fortalecimento global da moeda americana no mundo.“No cenário doméstico, houve algum ruído político após a rejeição da MP que tratava de fontes de arrecadação alternativas ao IOF, aumentando a incerteza sobre o equilíbrio das contas públicas”, diz. “A queda das commodities, especialmente do petróleo, também pesou contra moedas de exportadores.”O analista ressalta, contudo, que o IPCA de setembro indicou uma inflação “moderada”. “Mas sem alterar a percepção de que a Selic permanecerá elevada por mais tempo, sustentando o diferencial de juros  ainda favorável ao real”, afirma.