Dólar sobe a R$ 5,37 com exterior de olho em questões geopolíticas e Fed

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O dólar ganhou força ante as divisas fortes e emergentes com as atenções concentradas na geopolítica global e divergência entre dirigentes do Federal Reserve (Fed). O avanço da inflação e a derrota do governo no Congresso brasileiro também movimentaram o câmbio.Nesta quinta-feira (9), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3750, com alta de 0,58%. new TradingView.MediumWidget( { "customer": "moneytimescombr", "symbols": [ [ "USDBRL", "USDBRL" ] ], "chartOnly": false, "width": "100%", "height": "300", "locale": "br", "colorTheme": "light", "autosize": false, "showVolume": false, "hideDateRanges": false, "hideMarketStatus": false, "hideSymbolLogo": false, "scalePosition": "right", "scaleMode": "Normal", "fontFamily": "-apple-system, BlinkMacSystemFont, Trebuchet MS, Roboto, Ubuntu, sans-serif", "fontSize": "10", "noTimeScale": false, "valuesTracking": "1", "changeMode": "price-and-percent", "chartType": "line", "container_id": "84a5dff"} ); O movimento  acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,49%, aos 99.407 pontos.LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-seO que mexeu com o dólar hoje?O exterior voltou movimentar o câmbio. Nesta quinta-feira (9), a paralisação (shutdown) do governo dos Estados Unidos, que começou nesta quarta-feira (1º), entrou no nono dia com nova tentativa “frustrada” de financiamento.No início da tarde, o Senado norte-americano rejeitou mais uma proposta para encerrar a paralisação da máquina pública. Essa foi a sétima tentativa.Desta vez, os democratas bloquearam o plano dos integrantes do Partido Republicano de reabrir o governo, de acordo com a imprensa norte-americana.Os impactos da paralisação já começaram a ser sentidos na economia, além do adiamento das divulgações de dados econômicos.Ontem (8), o IRS — equivalente à Receita Federal do Brasil — anunciou que irá licenciar quase metade de sua força de trabalho como resultado da paralisação. Além disso, a escassez de controladores de tráfego aéreo levou a Administração Federal de Aviação (FAA) a atrasar voos nos EUA.Os investidores também dividiram as atenções com declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).O diretor do BC, Michael Barr, afirmou que a autoridade monetária deve agir com cautela em relação a novos cortes na taxa de juros.“O Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) deve ser cauteloso quanto ao ajuste da política monetária para que possamos coletar mais dados, atualizar nossas previsões e avaliar melhor o equilíbrio de riscos”, disse Barr em comentários preparados para o Economic Club of Minnesota, seu primeiro discurso sobre política monetária desde junho.Com os riscos de alta para a inflação e negativos para o mercado de trabalho, o Fed está em uma “posição desafiadora”, sem um caminho livre de riscos para definir a política monetária, disse Barr.Por outro lado, o presidente da unidade do Fed de Nova York, John Williams, defendeu mais cortes na taxa de juros este ano dado o risco de uma nova desaceleração no mercado de trabalho dos Estados Unidos, em uma entrevista publicada pelo New York Times.O presidente do BC, Jerome Powell, participou de evento nesta quinta-feira (9), mas não fez menção à política monetária.Na questão geopolítica, Israel e o grupo militante palestino Hamas assinaram um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, primeira fase da iniciativa do presidente norte-americano, Donald Trump, para encerrar a guerra de dois anos em Gaza, que abalou o Oriente Médio.As movimentações políticas na França e no Japão também seguiram no radar.Fiscal segue no radarNo Brasil, o cenário fiscal seguiu nos holofotes.Na noite de ontem (8), o governo sofreu uma derrota na Câmara dos Deputados com a aprovação de um requerimento que retirou de pauta a Medida Provisória 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras. Com isso, a proposta perdeu a validade.Vale lembrar que a medida foi editada na intenção de compensar a perda de arrecadação após o governo recuar de parte do aumento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A previsão era de aumento de um pouco mais de R$ 17 bilhões na arrecadação federal em 2026.Na prática, o texto foi rejeitado sem sequer ter sido analisado seu mérito. A MP caducaria se não fosse aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado até esta quarta-feira (8).Em resposta ao Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará várias alternativas de medidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a derrota.Em entrevista a jornalistas na porta do Ministério da Fazenda em Brasília, Haddad afirmou que a redução dos gastos tributários é uma determinação constitucional e que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restabeleceu um decreto de Lula sobre o IOF após o Congresso votar pela sua revogação dá “conforto” ao Executivo para chegar ao final do ano.Lula também disse que discutirá como o sistema financeiro pode pagar o imposto devido na próxima semana como alternativa à MP da Taxação, em entrevista à rádio Piatã, da Bahia, na manhã desta quinta-feira (9).Entre os dados, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48%, após deflação de 0,11% em agosto, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira (9). Esse foi o resultado mais alto desde março (+0,56%).A alta acumulada em 12 meses passou de 5,13% em agosto para a 5,17%, afastando-se do teto da meta contínua do Banco Central — de 3,0%, medida pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.Apesar dos avanços, os números ficaram abaixo das expectativas. De acordo com os economistas ouvidos pela Reuters, o IPCA registraria alta de 0,52% no mês e de 5,22% em 12 meses.Na avaliação de economistas, o avanço do IPCA não altera o cenário de manutenção da Selic a 15% até o final deste ano.LEIA MAIS: IPCA de setembro não é gatilho para cortes da Selic neste ano, vê economista-chefe do Bradesco AssetA queda de mais de 1% do petróleo também pesou contra o real.*Com informações de Reuters