Se a morte de Odete Roitman ocupou as redes sociais e as mesas de bar em 2025, em 1988 a conversa era bem semelhante em torno da vilã de Beatriz Segall. Afinal, todos querem saber quem foi o responsável por dar fim à vida da cruel empresária.Com essa discussão em alta, uma entrevista de Beatriz Segall de 1988 sobre a “justiça” em torno da morte de uma vilã – afinal, morrer assassinado é um fim justo para alguém que, além de atitudes discutivelmente morais, também cometeu alguns crimes, que inclui homicídio? Em um programa da TV Brasil ao lado do ator Rolando Boldrin, Segall questionou a reação do próprio público. Leia mais Morte de Odete Roitman: veja o que cada suspeito vai dizer no depoimento Aguinaldo Silva revela aposta de assassino para Odete Roitman "Vale Tudo": web teoriza sobre possível assassino de Odete Roitman; confira “O Brasil inteiro quer saber quem matou Odete Roitman, e o Brasil inteiro discute se ela merece ou não morrer. O Brasil inteiro discutiu esses últimos meses se ela merece ou não ser castigada. Até a mim vinham perguntar”, começa a veterana da televisão. “Agora uma coisa que ninguém pensou foi o seguinte: o Brasil inteiro está aceitando um assassinato. E um assassinato, é um assassinato.”Segall levanta o questionamento sobre a “justiça” para os atos vilanescos da empresária, pois segundo a lei brasileira – que na época havia acabado de ganhar sua Constituição, que segue a mesma -, como apontado pela atriz, caberia ser “acusada, presa, levada a julgamento e condenada”. “E nesse pais não existe pena de morte“, afirmou.“Ela ser assassinada é um grande castigo, vai ser a catarse nacional, nós estamos admitindo a pena de morte, e admitindo o que é pior que isso, que já é um assassinato de Estado, nós estamos admitindo (…)os justiceiros“, completa Segall. “Ela vai ser ‘justiçada’, isso é uma coisa muito séria”, completa Segall e defende que todos devem ter direito de um processo legal e lutar por leis e pela justiça.Assista à fala de Beatriz Segall:“O Brasil inteiro quer saber quem matou Odete Roitman. Mas uma coisa que ninguém pensou é o seguinte: o Brasil inteiro está aceitando o assassinato. Ela teria que ser presa e condenada. Nesse país não existe pena de morte.” (Beatriz Segall) #Valetudo pic.twitter.com/bSzlHUoPBv— Sérgio Santos (@ZAMENZA) October 9, 2025Em paralelo com o trecho viralizado nas redes sociais, uma pesquisa Datafolha de setembro de 2025, anterior à morte de Odete Roitman (Debora Bloch) no remake, apontava que o fim mais desejado pelo público era a pobreza (47%), seguido de prisão (35%). Apenas 4% dos telespectadores aprovavam a morte da vilã. Confira a pesquisa. “Vale Tudo”: morte de Odete Roitman em 1988 e 2025 foi diferente