A Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias (foto acima), e outras quatro pessoas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito. Os acusados tiveram prisão decretada pela Justiça estão sendo procurados na manhã desta quarta-feira (03) pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-RJ), composta pela Superintendência de Polícia Federal, com a Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e Ministério Público Estadual, em conjunto com a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que deflagrou a "Operação Bandeirante", que mira a atuação de lideranças do Comando Vermelho.O parlamentar não foi encontrado em sua casa, no bairro Barra da Tijuca. A investigação revelou provas robustas de que TH Joias utilizava o mandato para favorecer o crime organizado, intermediando a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão.Entre os alvos da operação estão narcoterroristas, assessor paramentar e a esposa de um traficante lotada em cargo parlamentar por indicação do deputado.As apurações identificaram, ainda, movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresas ligadas a TH Joias, com alertas sucessivos emitidos por instituições financeiras, reforçando a prática de lavagem de dinheiro.A ação penal proposta pelo procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, obteve, junto ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão, cumpridos nesta quarta-feira (03/09), em endereços na Barra da Tijuca, Freguesia e Copacabana. De acordo com a denúncia, os acusados mantinham vínculos estáveis com a facção criminosa Comando Vermelho, atuando nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas. O grupo é acusado de intermediar a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones usados para dificultar operações policiais nos territórios ocupados pela organização, além de movimentar grandes somas em espécie para financiar as atividades da facção. Para o MPRJ, o parlamentar denunciado utilizou o mandato para favorecer a organização criminosa, inclusive nomeando comparsas para cargos na Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ). Ainda segundo a denúncia, o deputado é acusado de intermediar diretamente a compra e a venda de drogas, armas de fogo, aparelhos antidrones e realizou pagamentos a integrantes do Comando Vermelho. Outro denunciado é apontado como uma das lideranças da facção, responsável pelo controle financeiro do grupo e pela autorização de pagamentos vultosos, incluindo a autorização para a compra dos antidrones usados para dificultar a atuação policial. Um terceiro denunciado exercia a função de tesoureiro, encarregado de armazenar drogas, guardar valores milionários, efetuar pagamentos e intermediar negociações de armas e munições. Um quarto denunciado atuava como fornecedor de equipamentos especializados à facção, em especial os dispositivos antidrones. Ele também era responsável pelos testes em campo e ensinava outros membros da facção a operá-los. De acordo com a Procuradoria-Geral de Justiça, paralelamente, o denunciado ocupava o cargo de assessor parlamentar, indicado pelo deputado, como forma de encobrir as atividades ilícitas. Ainda segundo a denúncia apresentada à Justiça, a quinta acusada havia sido nomeada para um cargo comissionado na ALERJ e sua função era servir de elo entre o grupo criminoso e o Legislativo. A assessora contribuía para acobertar o papel desempenhado pelo tesoureiro, com quem é casada. A investigação tramitou na Procuradoria-Geral de Justiça por envolver agente político com foro por prerrogativa de função.Fonte: Ascom/MPRJ e Ascom/Polícia Civil