O terceiro trimestre de 2025 trouxe movimentações significativas para os fundos imobiliários de tijolo geridos pela XP Asset. Apesar de uma economia brasileira ainda aquecida, com crescimento do PIB projetado em 2,2% para o ano e Selic estável em 15%, a gestora destacou que o cenário político e a proximidade das eleições presidenciais exigem atenção redobrada sobre inflação e dívida pública.No setor de shoppings, tradicionalmente mais forte no terceiro trimestre devido a datas comemorativas como Dia dos Pais e Semana do Cliente, houve retração de 0,5% no índice de varejo em comparação ao ano anterior, impactado pelos juros elevados. Ainda assim, os indicadores de ocupação e aluguel por metro quadrado mantiveram-se saudáveis.Veja mais: MP do setor elétrico destrava reembolsos e anima gestores do XP Infra IIE também: XP Asset lança novo FII de crédito e Maxi Renda (MXRF11) amplia posições em ativosTransações estratégicas e ganhos de capitalA gestora anunciou transações estratégicas, como a venda do Shopping D, que é um centro comercial localizado na zona norte de São Paulo, na Avenida Cruzeiro do Sul, próximo à Marginal Tietê, bem como a assinatura de memorandum com a ISA para negociações de nove empreendimentos, fortalecendo o caixa do fundo.Segundo Pedro Carras, durante call de resultados do XP Asset Fundos de Tijolo, “o Shopping D nunca esteve alinhado com nossa estratégia de médio e longo prazo, então a venda do ativo deve ser concluída nas próximas semanas, fortalecendo o caixa e melhorando métricas do portfólio”. Além disso, uma transação subsequente com a Capitânia envolveu cinco shoppings, quatro adquiridos e um vendido, utilizando cotas do XP Malls, consolidando ganhos de capital.O XP Malls, que começou em 2017 com captação de R$ 250 milhões e hoje tem patrimônio líquido de quase R$ 6,5 bilhões, segue em processo de reciclagem de portfólio. Carras destacou que “ativos menores que perderam relevância no fundo serão alienados, enquanto focamos em participações maiores que agregam valor e resultado”.Questões contábeis levaram a ajustes na cota patrimonialQuestões contábeis recentes levaram a ajustes na cota patrimonial, mas a gestora garantiu que essas mudanças não afetaram as transações em andamento. “Acreditamos que a conclusão da negociação com a Riza Real Estate ainda em 2025 deve gerar ganho de capital relevante e impactar positivamente a cota patrimonial”, afirmou Carras.Sobre a distribuição de dividendos, a XP anunciou que, a partir do próximo relatório mensal, divulgará guidance para seis meses à frente, com expectativa de manter o patamar de dividendos de novembro e dezembro.“A estratégia da gestora é uniformizar ao máximo a distribuição dentro do semestre”— Pedro Carras, gestor de fundos da XP.Setor logístico em expansãoNo segmento de galpões e logística, o XP Log distribuiu 82 centavos de cota por mês no trimestre, equivalente a dividend yield anualizado de 9,7%, com vacância reduzida de 7,9% para 4,6%, resultado da alocação integral de CDG anteriormente ocupado por redes de varejo. A gestora detalhou ainda emissão de cotas no montante de R$ 1,1 bilhão para financiar aquisição de sete ativos logísticos liderados pela RBR, com expectativa de conclusão até o fim do ano.O XP Logístico Prime Yield, fundo de mercado de balcão lançado em março, captou R$ 444 milhões e adquiriu quatro galpões logísticos da Heinz Brasil. Com vacância total de apenas 1,3%, o fundo mantém previsão de dividend yield de 18% no primeiro ano, aliado a valorização patrimonial superior a 16%.Já o Estipendo Industrial registrou forte recuperação, com vacância reduzida de quase 20% para 5% e inadimplência concentrada anteriormente em 20% agora controlada. O dividendo por cota do fundo saltou de 64 centavos para 85 centavos por mês, refletindo combinação de recuperação de aluguéis, redução de vacância e ganhos de capital obtidos em locações e vendas de ativos.XP Malls reforça caixa e melhora indicadores operacionaisO XP Malls também avançou em vendas de portfólio. Carras destacou a transação de R$ 1,6 bilhão com a Riza, “com 68% do valor à vista e 32% em até cinco anos, reforçando a estrutura de capital do fundo e melhorando indicadores operacionais em 15% a 20%”. Além disso, a venda do Shopping D e a transação com a Capitânia devem elevar o resultado acumulado não distribuído do fundo para 0,53 cota por cota, consolidando ganhos e reforçando o caixa.De acordo com a empresa, indicadores operacionais seguem sólidos, com ocupação de 95,9% e adimplência líquida de 1,6%. Apesar de descontos ainda elevados em algumas operações, a gestora mantém estratégia de equilibrar ocupação, inadimplência e desconto, priorizando a saúde do portfólio no médio prazo.No longo prazo, a XP busca demonstrar aos investidores o resultado consolidado de seus fundos, incluindo ganhos de capital e distribuições acumuladas, reforçando a transparência e a eficiência da gestão. “Nos próximos dois a três meses, vamos apresentar relatórios detalhados mostrando o desempenho combinado dos fundos, como se fossem um único fundo”, disse Carras.O call também reforçou que o retorno histórico do XP Malls continua acima do índice de referência FX, mesmo com queda de volume em relação ao terceiro trimestre de 2024, mantendo presença expressiva de investidores institucionais, com cerca de 18% do capital vindo de investidores estrangeiros.The post XP Malls acelera vendas e distribuição de dividendos após ajustes estratégicos appeared first on InfoMoney.