Ex-premiê de Bangladesh é condenada à morte por crimes contra a humanidade

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Sheikh Hasina, ex-primeira-ministra de Bangladesh, foi condenada à morte nesta segunda-feira (17) após ser considerada culpada de crimes contra a humanidade pela violenta repressão aos protestos estudantis do ano passado, que levaram à queda de seu governo.Um painel de três juízes do TPI (Tribunal Penal Internacional), o tribunal interno de Bangladesh para crimes de guerra, proferiu seu veredito na segunda-feira, determinando que Hasina foi responsável por incitar centenas de execuções extrajudiciais realizadas pelas forças de segurança.O tribunal, onde estavam presentes algumas famílias das vítimas, irrompeu em aplausos quando os juízes leram a sentença.“Sheikh Hasina cometeu crimes contra a humanidade por sua incitação, ordens e omissão em tomar medidas punitivas”, declarou um dos juízes ao proferir o veredito. Incêndio em fábrica de roupas deixa ao menos 16 mortos em Bangladesh Dengue mata mais de cem pessoas em Bangladesh; agosto pode ser mais mortal Queda de avião em universidade de Bangladesh deixa 27 mortos Ficou “cristalino” que ela “incitou os ativistas de seu partido… e, além disso, ordenou que matassem e eliminassem os estudantes que protestavam”, disseram os juízes.Acredita-se que cerca de 1.400 manifestantes tenham sido mortos e até 25 mil tenham ficado feridos durante as semanas de protestos em 2024, segundo o tribunal.Hasina enfrentou cinco acusações relacionadas principalmente à incitação ao assassinato de manifestantes, à ordem de enforcamento de manifestantes e à ordem de uso de armas letais, drones e helicópteros para reprimir os protestos. Ela nega as acusações.A ex-premiê permanece em exílio autoimposto na Índia, para onde fugiu no ano passado, e não compareceu ao tribunal em Dhaka.O julgamento foi criticado por seus advogados, que na semana passada apresentaram um recurso ao Relator Especial das Nações Unidas sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, devido a “sérias preocupações com a falta de direitos a um julgamento justo e ao devido processo legal”.A ex-líder governou a nação do sul da Ásia com mão de ferro de 2009 até sua destituição em 2024, e teme-se que o veredito desta segunda-feira (17) possa desencadear uma onda de caos político antes das eleições nacionais previstas para fevereiro do próximo ano.O que começou como protestos pacíficos de estudantes contra cotas para empregos no funcionalismo público no ano passado transformou-se em uma mobilização nacional pela renúncia de Hasina.O ponto de virada foi a repressão do governo que pode ter deixado até 1.400 mortos, segundo o escritório de direitos humanos da ONU.Hasina vive em Nova Délhi, capital da Índia, desde agosto do ano passado, após os protestos terem forçado ela a deixar o poder, juntamente com seu partido político, a Liga Awami.O governo interino de Bangladesh solicitou formalmente sua extradição, mas Nova Délhi permanece em silêncio sobre o pedido até o momento.