Noites mal dormidas: como quebrar o ciclo que rouba seu sono e sua energia

Wait 5 sec.

Dormir bem tornou-se um privilégio raro. Em um mundo que valoriza a produtividade incessante, muitas pessoas passaram a encarar o sono como perda de tempo. “Durmo pouco, mas produzo muito” virou quase um troféu moderno, mas o preço dessa cultura é alto. A privação de sono está diretamente ligada a alterações hormonais, irritabilidade, lapsos de memória, ganho de peso e queda da imunidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 40% da população adulta têm algum grau de insônia, e cerca de 15% sofrem de insônia crônica.Quando o corpo desliga, mas a mente nãoO sono é um processo ativo, não um simples “desligar” do corpo. Durante as fases profundas, o cérebro reorganiza memórias, regula hormônios e restaura tecidos. Quando dormimos pouco ou de forma fragmentada, o sistema nervoso não completa esse ciclo de reparo. O resultado é um corpo que continua funcionando, mas sem recuperação real.Pacientes que vivem nesse estado relatam exaustão constante, mesmo após longas horas de “descanso”. Em muitos casos, a mente permanece em alerta, com pensamentos acelerados, e o organismo se acostuma a operar no limite. O corpo se adapta, mas a alma cobra o preço.O ciclo dos extremos: sedar para dormir, estimular para acordarO uso de medicamentos para induzir o sono e de estimulantes, como supercoffees e energéticos, para “acordar”, tornou-se um padrão comum e perigoso. Quando o sono é forçado por remédios, o cérebro não atinge as fases profundas de recuperação. E, ao ser empurrado por cafeína e outros estimulantes, o sistema nervoso é mantido em alerta, mesmo exausto.Esse ciclo desequilibra hormônios, acelera o envelhecimento e atrapalha a regulação natural da energia. O descanso verdadeiro não vem de um comprimido, e sim da restauração do ritmo biológico: o alinhamento entre corpo, mente e ambiente.Tecnologia e ciência a serviço do descansoNa Medicina Biofotônica, área que une ciência e luz para estimular a regeneração celular, a laserterapia vem se destacando como aliada segura no tratamento da insônia. Por meio de protocolos específicos, a luz atua em receptores neurofisiológicos que regulam o sistema nervoso autônomo, promovendo relaxamento e melhorando a qualidade do sono, sem remédios e respeitando o ritmo individual de cada paciente.Além da terapia, fatores ambientais também têm grande impacto. Um exemplo é o travesseiro: se ele retém calor, pode interferir na termorregulação do corpo, dificultando o início do sono. A temperatura corporal ideal é levemente menor durante o repouso, e ambientes ou materiais que impedem essa queda podem provocar despertares noturnos.Reaprender a descansarO tratamento da insônia não é só dormir mais, e sim dormir de forma restauradora. Reprogramar o corpo envolve ajustar horários, reduzir o uso de telas à noite, evitar estimulantes, adotar práticas de relaxamento e respeitar o próprio ritmo. Cada pessoa tem um relógio biológico único, e ignorá-lo é como nadar contra a corrente.Recuperar o sono é, em última instância, recuperar a vida. O descanso profundo é o terreno onde se renovam a energia, a clareza mental e a estabilidade emocional. Dormir bem não é luxo, é necessidade vital, e a ciência já oferece caminhos seguros e naturais para reconectar corpo, mente e descanso.Profa. Dra. Lara Motta CRBM: 631.77 | CRO: 74.516PhD em Ciências da Saúde – UNIFESPProfessora e Pesquisadora em Medicina Biofotônica da Universidade Nove de JulhoBiomédicaHabilitação em Laser e BiofotônicaMembro da Brazil Health Leia também Dia Mundial do Diabetes: cuidar dos rins agora pode evitar diálise no futuro Dormir no mesmo quarto, sim; na mesma cama, não: orientações para seu bebê