O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), disse que Guilherme Derrite (PP-SP) “perdeu as condições” para ser o relator do projeto de lei antifacção, de autoria do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pede o adiamento da votação da proposta. Lindbergh argumentou que o último texto protocolado por Derrite, apresentado na quarta-feira (12), “acumula erros conceituais, vícios constitucionais, insegurança jurídica, impacto financeiro severo”. Diante disso, acredita o petista, “não há conciliação possível”. “A única solução responsável é adiar a votação e trocar imediatamente o relator, com um nome de consenso, retomando o texto técnico do governo. O País não pode enfrentar organizações criminosas com improviso legislativo”, disse. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Desde que assumiu a função de relator, Derrite já apresentou quatro versões ao texto, cedendo em pontos de críticas ao governo. Mesmo assim, o Planalto mantém a visão negativa sobre texto e sustenta os principais argumentos, que perduram desde a primeira versão da minuta. “O estrago nas finanças da segurança é ainda maior: o ministério da Justiça estima prejuízo de R$ 360 milhões aos fundos federais”, afirmou Lindbergh. “Derrite quer retirar recursos da Polícia Federal e da Receita Federal, desmontar a lógica de financiamento das investigações e ainda excluir o perdimento extraordinário previsto como inovação no texto original do governo, justamente o mecanismo que garante descapitalização rápida das facções.”Para o petista, o texto de Derrite é uma “colcha de retalhos”. “É um texto que se iniciou com blindagem e inversão inconstitucional do pacto federativo, e que continua confuso, perigoso e ainda enfraquece o combate ao crime organizado com o enfraquecimento das instituições federais”, disse. Delegados, auditores e empresários do setor de combustível apontam no relatório de Derrite ataque à Receita Federal, inviabilizando o combate ao contrabando, a Operação Carbono Oculto e até ações como a das joias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Na semana passada, Derrite conversou com o governo e com bancadas partidárias da Câmara para tentar garantir a votação do projeto. O esforço acabou frustrado, com governadores de direita pedindo o adiamento da votação. Sem consenso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, definiu que o projeto seria votado nesta terça-feira (18).*Com informações do Estadão Conteúdo Leia também Mendonça diz que Brasil enfrenta 'estado de insegurança jurídica' Filha mais velha de Lula recebe alta Acordão do julgamento de Bolsonaro deve ser publicado amanhã