Entenda a capacidade de ataque dos EUA no Caribe

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Em uma demonstração incomum de poder naval, os Estados Unidos mobilizaram navios de guerra e efetivo militar nas águas do Caribe e do Pacífico para supostamente combater os cartéis de drogas, segundo oficiais de Defesa.Ainda não está claro o alcance, nem a escala do desdobramento ordenado pelo presidente americano Donald Trump, mas o que se pôde confirmar no momento não tem paralelo nos últimos anos, tanto no que diz respeito aos desdobramentos operacionais como aos exercícios.Em 24 de outubro, o Pentágono anunciou que enviou o grupo de ataque de porta-aviões Gerald R. Ford para o Caribe.Esse grupo inclui o porta-aviões USS Gerald R. Ford, que tem um reator nuclear e é classificado pela Marinha americana como o maior do mundo.Ele pode abrigar mais de 75 aeronaves militares, incluindo aviões de combate como os jatos F-18 Super Hornet e o E-2 Hawkeye.Além disso, possui um arsenal de mísseis, como o Evolved Sea Sparrow Missile, que são mísseis superfície-ar de médio alcance usados para combater drones e aeronaves.Atividade militar americanaNa semana passada, um avião de artilharia AC-130J operado pela Força Aérea dos EUA foi identificado em El Salvador, na CSL (Base de Segurança Cooperativa Comalapa), conforme fotos e imagens de satélite obtidas pela CNN.As instalações tanto em Porto Rico quanto em El Salvador estão registrando uma atividade militar americana altamente incomum.A Estação Naval Roosevelt Roads em Porto Rico, uma instalação militar americana que estava desativada desde 2004, agora está novamente em operação, segundo imagens de satélite e fotos tiradas na base.E embora a instalação no Aeroporto Internacional de El Salvador tenha regularmente recebido aeronaves de vigilância e reconhecimento desde sua criação em 2000, o posto havia sido usado quase exclusivamente para aeronaves não armadas até recentemente, segundo o Comando Sul dos Estados Unidos.A localização da instalação próxima à costa de El Salvador a coloca em posição única para desempenhar um papel na campanha americana no Oceano Pacífico.Em dezembro de 2023, pessoal de manutenção da Guarda Nacional Aérea dos EUA inicia o carregamento de mísseis AGM-114 Hellfire na plataforma de carga ativa da Base Aérea de March, na Califórnia • Sargento técnico Joseph Pagan/Guarda Nacional Aérea dos EUA/Arquivo via CNN NewsourceMísseis HellfireAntes dos Estados Unidos começarem a atacar supostas embarcações de drogas em setembro, a CSL Comalapa desempenhava um papel diferente no combate ao tráfico de narcóticos, abrigando aeronaves de vigilância marítima, incluindo um P-8A da Marinha e um P-3 Orion operado pela CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras).Os MQ-9 Reapers, dos quais pelo menos sete estão baseados em Porto Rico, conforme fotos capturadas em Aguadilla, são predominantemente utilizados para atingir alvos com mísseis AGM-114 Hellfire.Essa é uma arma originalmente projetada para destruir tanques inimigos, mas que se tornou um recurso fundamental para operações militares com drones contra diversos alvos terrestres.O AC-130J pode transportar o Hellfire, mas é principalmente armado com canhões de grande porte. A arma, vista em fotografias obtidas pela CNN em El Salvador, tinha dois canhões visíveis no lado esquerdo da aeronave — incluindo um obus de 105mm (peça de artilharia projetada para disparar projéteis). Chanceler russo acusa Ucrânia de minar negociações entre Trump e Putin Maduro critica presença militar dos EUA como "ameaça à paz regional" "Rússia deve atualizar escudo nuclear devido a ameaças", diz autoridade  Navios mobilizados para perto da VenezuelaOs três destróieres, USS Iwo Jima, USS Fort Lauderdale e USS San Antonio, na região pertencem à classe Arleigh Burke, lançada em 1991, por isso compartilham o design, dimensões, deslocamento e capacidades semelhantes.São navios armados com mísseis guiados, entre eles os Tomahawk, para atacar alvos em terra, e dotados do sistema de defesa Aegis, de última tecnologia na Marinha dos Estados Unidos, segundo informações oficiais da Marinha.Cada destróier leva uma tripulação padrão de 329 marinheiros, com um deslocamento entre 8.200 e 9.700 toneladas e uma velocidade máxima de 30 nós (cerca de 55 quilômetros por hora).Os destróieres são navios polivalentes e constituem a pedra angular de uma marinha moderna, cumprindo funções de combate naval, escolta de navios maiores como porta-aviões, bombardeio terrestre e defesa aérea, entre outras.Já o USS Iwo Jima, um navio de assalto anfíbio da classe Wasp, é o maior navio confirmado no momento na implantação dos Estados Unidos: tem um deslocamento de 41.000 toneladas, que se assemelha ao tamanho de um porta-aviões médio.Esses navios têm como missão, de acordo com informações oficiais, carregar, transportar e desembarcar tropas junto com sua equipe, ao mesmo tempo fornecendo apoio.Assim, pode levar cerca de 1.000 soldados, além de sua tripulação de 1.200, e operar cerca de 30 aeronaves, incluindo helicópteros e aviões de pouso e decolagem vertical, como o AV-8B Harrier II e os F-35B.Tanto o USS Fort Lauderdale e o USS San Antonio são navios de transporte anfíbio da classe San Antonio, cada um com um deslocamento de 25.300 toneladas.Como o Iwo Jima, estes navios também são projetados para transportar e desembarcar tropas como parte de uma força expedicionária, embora suas capacidades aéreas sejam mais limitadas.EUA justificam envio no combate ao “narcoterrorismo”Segundo Sean Parnell, porta-voz chefe do Pentágono, essa ação foi tomada seguindo a diretriz para desmantelar “Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narcoterrorismo”.Com isso, ele argumenta que a ação aumenta a capacidade das forças americanas de “detectar, monitorar e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade do território nacional dos Estados Unidos e nossa segurança no Hemisfério Ocidental”.O reforço de forças americanas levantou dúvidas sobre as intenções do governo Trump na região.A Casa Branca tem afirmado que a presença militar faz parte de uma campanha de combate ao narcotráfico, mas o presidente Donald Trump também tem considerado ataques dentro da Venezuela, como parte de uma estratégia mais ampla que visa enfraquecer Nicolás Maduro, segundo apurou a CNN.