A nova descoberta de petróleo na Bacia de Campos, divulgada pela Petrobras (PETR4), é positiva, pode reforçar o potencial de geração futura de caixa e a agenda de revitalização da Bacia de Campos, disseram analistas nesta segunda-feira (17). No entanto, segundo eles, ainda é cedo para qualquer impacto sobre as ações da estatal. A companhia identificou petróleo de “excelente qualidade” no pós-sal, no poço exploratório 4-BRSA-1403D-RJS, localizado a 108 km da costa de Campos dos Goytacazes (RJ), em lâmina d’água de 734 metros. Segundo comunicado, a perfuração já foi concluída e o intervalo portador de petróleo foi confirmado por perfis elétricos, indícios de gás e amostragem de fluidos.LEIA TAMBÉM: O Money Times liberou, como cortesia, as principais recomendações de investimento feitas por corretoras e bancos — veja como acessar As amostras agora seguem para análises laboratoriais para caracterizar os reservatórios e viabilizar a continuidade da avaliação exploratória.Para a Ativa Investimentos, ainda é cedo para conclusões mais robustas. A corretora classifica o achado como “construtivo” e alinhado à estratégia da Petrobras de recompor reservas, mas ressalta que o projeto está em fase inicial e carrega as incertezas típicas da exploração. Por isso, a corretora disse não ver gatilhos imediatos capazes de influenciar o preço das ações.Nesta segunda, os papéis da Petrobras subiram 0,4%.A Ativa avalia, no entanto, que a descoberta reforça o potencial da agenda de revitalização da Bacia de Campos. Para os analistas da corretora, o resultado preliminar indica tração adicional no pipeline de projetos, sugerindo continuidade no esforço de recuperar a produtividade da região.Já o especialista Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital, afirma que a descoberta pode ter impacto financeiro relevante no longo prazo. Ele lembra que, embora ainda não haja estimativas oficiais, descobertas semelhantes na área costumam variar entre 50 milhões e 300 milhões de barris recuperáveis. Em um cenário prudente de 150 milhões de barris, Gallo estima potencial de geração de receita próxima a US$ 10 bilhões ao longo da vida do campo.Segundo ele, além do volume, a qualidade do óleo aumenta o valor futuro do projeto, enquanto a provável utilização de infraestrutura já existente na região reduz custos e eleva margens. É o tipo de achado que prolonga a vida de plataformas, melhora o retorno de ativos maduros e reforça a previsibilidade da geração de caixa da Petrobras, afirma.Gallo também ressalta que os efeitos não são imediatos: análises ao longo de 2025, estudos de viabilidade entre 2026 e 2027 e produção relevante apenas no fim da década. Ainda assim, diz que esse tipo de descoberta ajuda a sustentar o valuation de longo prazo da estatal.