A Polícia Federal apreendeu, na manhã de terça-feira (18), o jatinho particular do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, preso na noite de segunda-feira (17), no Aeroporto Internacional de Guarulhos quando embarcaria para Dubai.A aeronave, um Falcon 7X fabricado em 2010 pela Dassault e registrada em nome da empresa Viking Participações, de Vorcaro, é avaliada em cerca de R$ 200 milhões.O modelo é considerado um dos mais sofisticados da aviação executiva, com capacidade para voos intercontinentais e tecnologia de última geração. Leia mais Justiça Federal mantém prisão de Daniel Vorcaro após audiência de custódia Imagem mostra R$ 1,7 milhão apreendidos em casa de ex-CEO do Master Entenda o caso Master em 10 pontos Avião de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, apreendido pela PF na última terça-feira (18) • Polícia FederalA apreensão do jato ocorreu no âmbito da Operação Compliance Zero, que investiga um suposto esquema de emissão de títulos de crédito falsos, gestão fraudulenta e temerária e organização criminosa envolvendo instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional.Vorcaro foi preso por volta das 22h de segunda, no momento em que se preparava para embarcar rumo aos Emirados Árabes Unidos. A PF monitorava seus deslocamentos e antecipou a prisão para evitar uma possível fuga.A defesa do banqueiro afirmou que a viagem a Dubai estava relacionada a negociações da venda do banco e que o empresário e seus advogados vinham se colocando à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.Além de Vorcaro, também foi preso seu sócio, Augusto Lima. Ao todo, a PF cumpre cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.Entre os alvos está o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afastado pela Justiça junto com três diretores do banco.As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal para apurar a fabricação de carteiras de crédito insubsistentes.Segundo as apurações, esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.Na manhã de terça-feira, o Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e de sua corretora de câmbio, inviabilizando o processo de venda da instituição que havia sido anunciado no dia anterior.O Master já vinha chamando atenção do mercado pelo modelo de negócios considerado arriscado, baseado na emissão de papéis garantidos pelo FGC com taxas superiores às do mercado.(Com informações de Rafael Saldanha, Elijonas Maia, Gustavo Uribe e João Nakamura, da CNN Brasil)