Bamerindus, Santos e Cruzeiro do Sul: Relembre casos de resgate do FGC

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A liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central nesta terça-feira (18) remonta casos anteriores de instituições financeiras que acabaram se tornando massa falida.O socorro que o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) vai prestar nesse caso deve se tornar o maior resgate da história do Brasil. Nas contas do Fundo, o Master tem uma base estimada de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis ao pagamento de garantia de aproximadamente R$ 41 bilhões.A seguir, relembre outros casos emblemáticos em que instituições bancárias brasileiras acabaram quebrando.BamerindusO Bamerindus do Brasil chegou a ser o segundo maior banco privado do país na década de 1990.Em 1995, a instituição entrou em crise e precisou recorrer a empréstimos de outros bancos. Dois anos mais tarde, com patrimônio líquido negativo de R$ 4,2 bilhões, sofreu intervenção do BC e teve seu controle acionário transferido para o HSBC. A liquidação extrajudicial viria no ano seguinte.O processo teria fim apenas 16 anos mais tarde, com entrada do banco de investimentos BTG Pactual no processo.Em janeiro de 2013, o BTG Pactual anunciou que pagaria R$ 418 milhões, em cinco parcelas anuais, para compar o espólio do Bamerindus e de suas subsidiárias. Ainda assim, o Fundo Garantidor de Crédito teve de desembolsar R$ 3,5 bilhões em maio de 2014 para zerar o rombo financeiro do banco.SantosFundado pelo ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, o Banco Santos ficou sob intervenção do BC em novembro de 2006. Ao longo do processo, os fiscais da autarquia identificaram fraudes e indícios de crimes contra o sistema financeiro.À época da intervenção, estimava-se que o rombo era de aproximadamente R$ 703 milhões. Em maio do ano seguinte, as apurações contabilizaram R$ 2,236 bilhões por causa de fraudes e de má gestão. O banco, então, teve liquidação extrajudicial decretada.O BC descobriu o valor final ao observar que algumas operações de crédito já haviam sido quitadas por meio da compra de debêntures de empresas não-financeiras ligadas ao Banco Santos.No entanto, na contabilidade do banco as operações ainda constavam como créditos a receber, o que fazia o banco parecer mais saudável do que realmente estava.Cruzeiro do SulO banco chegou a atuar como agente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e dealer oficial do BC para negociação dos títulos do Tesouro Nacional.Os problemas começaram em 2011, quando o Cruzeiro do Sul enfrentava dificuldades de captação e teve sua classificação de risco rebaixada.Em 2012, o BC interveio na instituição e constatou um rombo de R$ 1,3 bilhão e um patrimônio líquido negativo de R$ 150 milhões provocado por créditos fictícios. Após tentativas de negociar a venda do banco fracassarem, inclusive com o Santander, o Cruzeiro do Sul teve liquidação extrajudicial decretada.A falência foi oficialmente decretada em 2015 pela 2ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais do TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).